quinta-feira, 24 de julho de 2008

Filme para o fim de semana

Queridos, além de “Cazuza – o tempo não pára” que recomendei na aula de hoje, o Nélson (pré-vest) lembrou de um filme espetacular que trata do tema da AIDS: “Philadelphia” (1993). A história é bastante dramática, então, meninas, preparem os lenços... Tom Hanks é um jovem e bem-sucedido advogado que vê sua carreira interrompida quando sua empresa descobre que ele tem AIDS e o demite. A partir daí, ele conta com a ajuda de um advogado (Denzel Whashington) que aceita a sua causa... Bom, não vou contar mais nada do filme :), o final de semana vem aí e vale a pena alugar esse vídeo. Uma coisa interessante que gostaria que vocês reparassem no filme é a questão do preconceito (a personagem de Hanks por ser soropositivo e homossexual e a de Whashington por ser negro e machista) e a sua superação. Achei no youtube um vídeo com algumas cenas do filme ao som de Bruce Springsteen (“Streets of Philadelphia”). Reparem na reação do advogado logo na primeira cena, quando Hanks se apresenta e diz que tem AIDS.
Em tempo: Tom Hanks ganhou o Oscar de melhor ator por essa interpretação. Então, o que me dizem?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

80 anos do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade

Manifesto Antropófago
"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa. O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará. Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande. Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil. Uma consciência participante, uma rítmica religiosa. Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar. Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem. A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls. (...) O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa. É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci. O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso? Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade. Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz. A alegria é a prova dos nove. No matriarcado de Pindorama. Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada. Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas. Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI. A alegria é a prova dos nove. A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos. (...)" OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha. (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)
Vocês podem conferir o manifesto na íntegra aqui .

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Across The Universe e Hair

Vi esse filme há uns dois meses e achei uma graça. A história se passa nos agitados anos 60 e tem como protagonista (e por que não?) a música dos Beatles. Para quem gosta da sonoridade do quarteto de Liverpool, esse musical é imperdível! Além disso, por retratar fatos e momentos marcantes dessa movimentada década – movimento hippie, Guerra do Vietnã, sexo, drogas e muito rock –, o filme serve como uma boa ilustração para aquela aula que ministrei sobre maio de 68. Ganha um bombom quem descobrir quais cantores foram a inspiração para esses dois personagens que aparecem no vídeo a seguir ;) http://www.youtube.com/watch?v=UGro_0h868M
E já que estamos falando de musical, vale a pena citar ainda outro filme que retrata de forma espetacular essa década: o clássico Hair, de Milos Formam (1979). Olha só a abertura do filme: http://www.youtube.com/watch?v=EhbxI5eVnM4

Releituras

O rapto das Sabinas, David, 1799.
O rapto das Sabinas (David), Picasso, 1962.
Le déjeuner sur l'herbe (O piquenique na relva), Manet, 1863.
Le déjeuner sur l'herbe (Manet), Picasso, 1961.
Las meninas, Velázquez,1656-7.
Las Meninas (Velázquez), Picasso, 1957.
Mulheres da Argélia em seus apartamentos, Delacroix, 1834.
As mulheres da Argélia (Delacroix), Picasso, 1955.

Na aula anterior, falamos da mudança de paradigma, da ruptura com a tradição clássica (representação/ imitação) realizada pelas vanguardas européias (figuração/criação). Aqui gostaria de chamar atenção para uma prática muito comum nas artes em geral: a releitura. Reler é atualizar o olhar, é transformar e ampliar a leitura. Percebam que as releituras realizadas por Picasso não são cópias, mas sim uma espécie de tradução, um novo olhar, uma nova significação. Nelas o pintor traduz para seu estilo, isto é, recria sob a ótica cubista, algumas obras-primas da pintura mundial.

E na literatura? Aguardem...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Para vocês

Queridos alunos, esse blog é um espaço criado para vocês comentarem, discutirem e trocarem idéias sobre literatura e outras artes. Espero que vocês gostem! Beijos, Luciana