sexta-feira, 22 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Saudades de Bandeira

Última canção do beco

Beco que cantei num dístico
Cheio de elipses mentais,
Beco das minhas tristezas,
Das minhas perplexidades
(Mas também dos meus amores,
Dos meus beijos, dos meus sonhos),
Adeus para nunca mais! 

Vão demolir esta casa
Mas meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências:
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!

Beco de sarças de fogo
De paixões sem amanhãs
Quanta luz mediterrânea
No esplendor da adolescência
Não recolheu nestas pedras
Orvalho das madrugadas,
A pureza das manhãs!

Beco das minhas tristezas.
Não me envergonhei de ti!
Foste rua de mulheres?
Todas são filhas de Deus!
Dantes foram carmelitas...
E era só de pobres quando,
Pobre, vim morar aqui.


Lapa – Lapa do Desterro – ,
Lapa que tanto pecais!
(Mas quando bate seis horas,
Na primeira voz dos sinos,
Como na voz que anunciava
A conceição de Maria
Que graças angelicais!)


Nossa Senhora do Carmo, 
De lá de cima do altar,
Pede esmolas para os pobres,
- para mulheres tão tristes,Para mulheres tão negras,
Que vêm nas portas do templo
De noite se agasalhar. 


Beco que nasceste à sombra
De paredes conventuais,
És como a vida, que é santa
Pesar de todas as quedas.
Por isso te amei constante
E canto para dizer-te
Adeus para nunca mais!

         25 de março de 1942 


Então, o que me dizem?

sábado, 9 de outubro de 2010

Mímesis e a reflexão contemporânea


Mais um projeto lindo!
Mais uma vez trabalhando com meu querido Luiz.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lançamento do livro Judeus cariocas

No dia 21 de outubro será realizado o lançamento do livro Judeus cariocas, o segundo volume da série imigrantes no Rio de Janeiro.
Um projeto lindo
A coleção é uma iniciativa do Instituto Light com a parceria da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro com produção da Editora Cidade Viva e coordenação do Instituto Cultural Cidade Viva. 
Keila Grinberg e Flávio Limoncic assinam os textos, Milton Guran assina a Fotografia e eu, a pesquisa iconográfica.
Vale a pena conferir!



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tão ontem

TÃO ONTEM
(Fábio M. e Laura F.)

As luzes, vestidos, paletós, abraços e soluços fazem com que um estranho sentimento entre, sem convite, no ambiente já carregado de emoções, trazendo consigo o sabor agridoce da reminiscência. Esse penetra consegue me abalar, me envolver, e trazer emoções já há muito tempo trancadas na minha caixa de pandora: medos e expectativas suprimidos no tempo-espaço.
Aquelas mesmas pessoas – que deram à minha vida outro tom, sentido e finalidade nos últimos anos – ali estavam reunidas pela última vez. A cerimônia tem seu início. A mente escapa no momento em direção à rua do passado, com a avenida da saudade, no bairro não tão distante, ainda marcante, ainda próximo e, ao mesmo tempo, tão perto de ser somente mais uma página virada.
Delibero a memória ao longo da avenida, toda a expectativa pré e pós aprovação. O medo, a angústia e a surpresa que a cada dia se apresentavam com uma nova face. Chegamos ao coração do coração do Brasil, um lugar vulgarmente chamado por cidade maravilhosa. Novas pessoas, novos lugares, novos horizontes se formando, novas expectativas e novas frustrações. As amizades se mostraram, cada vez mais, como o alicerce para a sobrevivência dentro desse novo universo. São elas que tornam possível sobreviver em meio à frenética rotina, resistir à saudade que insiste em latejar, à mente que escapa do corpo e, até mesmo, à liberdade que grita.
Toc-toc. A porta abre e vemos que não estamos sozinhos: abraços aconchegam e fazem com que o soluço cesse, que a solidão se esvaia e que o sorriso aflore. Amigos. Os mesmos que nos sustentam, em alguns momentos nos levam ao desespero. Amizades inconstantes, novos laços que se formam e desestruturam-se a todo momento, entre jardins e dias nublados, céu azul e mar agitado.
Neste momento, chegando ao fim (e por que não ao começo?), o sentimento acumulado vem à tona com tamanha intensidade que é possível suprimi-lo. São emoções, razões, medos e expectativas. Uma voz conhecida ao longe anuncia o início do espetáculo. Agora não há meios de voltar, a rua é bifurcada, escolher é o destino. Enfrentar com força e ânimo é a única solução. É agora o momento. Ouço o choro, os aplausos e, de repente, adeus. 

***



Queridos Fábio e Laura,
obrigada.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Todo mundo estudando para o teste (II)!

"Amor I love you" e O primo Basílio

Queridos,


não deixem de escutar a música “Amor I love you”, de Marisa Monte e Arnaldo Antunes (caracterizados como Luísa e Basílio!):


http://www.youtube.com/watch?v=5TdTacizYdA&feature=search


Detalhe: notem que luxo Arnaldo recitando uma famosa passagem de O primo Basílio, de Eça de Queirós:

“E Luísa tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"
(Queirós, Eça de. O primo Basílio. 15ª edição, São Paulo: Ática, 1994, p. 134)

Então, o que me dizem?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"A história de Lily Braun"

“A história de Lily Braun”


Versão Maria Gadu:

http://www.youtube.com/watch?v=UBxVmCF-oEw&NR=1&feature=fvwp


Versão Chico e Edu:

http://www.youtube.com/watch?v=a4SUDEGAhXs&feature=related




Para quem quiser conhecer o poema de Jorge de Lima e sua releitura no espetáculo criado por Chico Buarque e Edu Lobo:



http://parameusalunos.blogspot.com/2008/08/o-grande-circo-mstico.html





P. S.: João e Alinne, este post é para vocês :) Beijos, Luciana

P.S. 2:  Como bem lembrou minha querida Laura, temos ainda a versão de Gal Costa da "História de Lily Braun"(LP O grande circo místico):




http://www.youtube.com/watch?v=lcKzH7VTgTw&feature=search



Aproveito, então, para indicar duas outras músicas desse LP fantástico:

Tim Maia interpretando “A bela e a fera”:

http://www.youtube.com/watch?v=wd8y6m0y52U&feature=related


Milton Nascimento interpretando “Beatriz”:

http://www.youtube.com/watch?v=rypL0El5k1I&feature=search

sábado, 7 de agosto de 2010

Filme "Quanto vale ou é por quilo?", de Sérgio Bianchi

Para quem quiser assistir:

Parte 1


Parte 2

http://www.youtube.com/watch?v=Q2hObjCIp_g&feature=related

Parte 3

http://www.youtube.com/watch?v=MujA9TqJQhw&feature=related

Parte 4

http://www.youtube.com/watch?v=Y6SqS3mUJx4&feature=related

Parte 5

http://www.youtube.com/watch?v=fS7McOtAF5M&feature=related


Parte 6
http://www.youtube.com/watch?v=oKRnA6-uk3M&feature=related

Parte 7
http://www.youtube.com/watch?v=wu3WZD3BPMw&feature=related

Parte 8
http://www.youtube.com/watch?v=P86ev1AJjoM&feature=related

Parte 9
http://www.youtube.com/watch?v=eK5Sr8VD6Ls&feature=related

Parte 10
http://www.youtube.com/watch?v=sqTJMnmaW_0&feature=related

Parte 11
http://www.youtube.com/watch?v=eXCN7tKnI_c&feature=related


Então, o que me dizem?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Conto de Machado de Assis e filme

Queridos,
 este post é para facilitar a busca no blog do conto “Pai contra mãe” de Machado de Assis, leitura que sugeri antes das férias, lembram?
 O endereço é

http://parameusalunos.blogspot.com/2008/10/pai-contra-me-machado-de-assis.html

Não se esqueçam de deixar comentários sobre a leitura!

P.S.: Que tal aproveitarem esse final de semana nublado para assistirem a um bom filme?
 (Pessoal, por que vocês não fazem um grupo do segundo ano para assistir na sala de convivência, hein?)
Sabe o que seria muito legal? Seria bacana que vocês lessem o conto de M. A. e depois assistissem ao filme "Quanto vale ou é por quilo". [Importante: a biblioteca da escola possui uma cópia].
Pessoal do ENEM, atenção: O filme é uma releitura do conto “Pai contra mãe” e uma reflexão sobre a atualidade, pois nos faz pensar sobre a comercialização da pobreza, sobre as marcas da escravidão, dentre outros temas.
O endereço com informações sobre o filme (e um trecho dele) também está no blog:

http://parameusalunos.blogspot.com/2008/10/quanto-vale-ou-por-quilo.html

sábado, 3 de julho de 2010

Boas Férias!!!


Imagens da Copa









P. S.:
"Chorei
Não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava"

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Plantão diferente

Queridos,
coloco a seguir algumas fotos do plantão da semana passada.
Foi meu primeiro passeio externo com alunos e, como não perdi ninguém pelo caminho (rs), acho que me saí muito bem!
Beijos para todos que passearam comigo pela orla da Lagoa Rodrigo de Freitas e pelo Jardim Botânico!

O grupo reunido nos pedalinhos

Acolhidos pela Sumaúma
Valeria, Gabi, eu, Aluana e Laura
Então, o que me dizem?

sábado, 29 de maio de 2010

Descrição

Queridos,
vocês já concluíram as etapas 1 e 2 da proposta de trabalho.
Agora, vocês entrarão na última etapa e, para orientá-los, coloco a seguir algumas observações acerca da descrição. Para tanto, utilizo-me de alguns conceitos do excelente Comunicação em prosa moderna, de Othon M. Garcia.
Vamos lá!
Descrição: apresentação verbal de um objeto, ser, coisa, paisagem ou sentimento, por meio de seus aspectos mais característicos, de seus traços predominantes. Estes, devem estar dispostos de tal forma que do conjunto deles resulte uma impressão singularizante da coisa descrita.
Coisa descrita = quadro (é a matéria da descrição)
Importante:
  • É preciso captar a alma das coisas, ressaltando os aspectos que mais nos impressionam.
  • É preciso mostrar as relações entre as suas partes.
  • É preciso selecionar os detalhes, saber reagrupá-los, analisá-los, para conseguir uma imagem e não apenas uma cópia do objeto.
Descrever = observar + interpretar + usar recursos expressivos
Na descrição utilizamos todos os sentidos, pois percebemos e observamos com todos eles (sons, ruídos, cheiros, etc.)
Pontos de vista:
1) Físico: ordem dos detalhes. Cada parágrafo um quadro (sem acumulação). Os detalhes devem ser oferecidos pouco a pouco. As partes devem se interligar. Ex: Casa (não vou começar a descrevê-la pela cozinha, para depois voltar para a fachada da mesma).
2) Mental:
a) Descrição Subjetiva: impressionista (estado de espírito do observador que vê o que quer)
b) Descrição Objetiva: realista (caracteriza a descrição técnica científica)
Então, o que me dizem?

Fotos com as turmas

Queridos alunos,
vejam como as fotos ficaram ótimas!

Turma A e eu
Turma B e eu
Turma C e eu
Turma D e eu

Turma E e eu
Então, o que me dizem?

Flash!

Manoel, Bruna, Alinne, Valmir, Laysa, Laura, Eu, Willian, João, Hugo e Well.

domingo, 23 de maio de 2010

Orientação para a execução da pesquisa iconográfica

Queridos, este post é uma orientação para a pesquisa sobre as imagens da escravidão. Além de apresentar algumas imagens interessantes que não tivemos tempo de analisar em sala de aula, sugiro alguns links para vocês iniciarem a pesquisa também pela internet. No blog, vocês encontrarão um post com algumas imagens já vistas em sala: (http://parameusalunos.blogspot.com/2009/05/imagens-da-escravidao.html)
A seguir colocarei nomes de alguns fotógrafos importantes do período e um link para vocês conhecerem suas biografias, algumas obras e, o mais importante, as indicações de onde estão os acervos desses artistas.
José Cristiano Júnior (1832-1902)
Victor Frond (1821-1881)
George Leuzinger (1813-1892)
Augusto Sthal
Cristiano Júnior
Cristiano Júnior
Fotógrafo desconhecido
Alberto Henschel 1870

J. H. Papf 1889
Alberto Henschel 1874
Alberto Henschel 1870

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Fragmento da peça Macário de Álvares de Azevedo

Primeiro episódio – Numa estalagem de estrada
"(...)
MACÁRIO (fecha a janela) - Malditos! (Atira com uma cadeira no chão).
O DESCONHECIDO - Que tendes, companheiro?
MACÁRIO - Não vedes? O burro fugiu...
O DESCONHECIDO - Não será quebrando cadeiras que o chamareis...
MACÁRIO - Porém a raiva...
O DESCONHECIDO - Bebei mais um copo de Madeira. (Bebem). Levais de certo alguma preciosidade na mala? (Sorri-se).
MACÁRIO - Sim...
O DESCONHECIDO - Dinheiro?
MACÁRIO - Não, mas...
O DESCONHECIDO - A coleção completa de vossas cartas de namoro, algum poema em borrão, alguma carta de recomendação?
MACÁRIO - Nem isso, nem aquilo... Levo...
O DESCONHECIDO - A mala não pareceu-me muito cheia. Senti alguma coisa sacolejar dentro. Alguma garrafa de vinho?
MACÁRIO - Não! não! mil vezes não! Não concebeis, uma perda imensa, irreparável... era o meu cachimbo...
O DESCONHECIDO - Fumais?
MACÁRIO - Perguntai de que serve o tinteiro sem tinta, a viola sem cordas, o copo sem vinho, a noite sem mulher... não me pergunteis se fumo!
O DESCONHECIDO (Dá-lhe um cachimbo.) - Eis aí um cachimbo primoroso. É de pura escuma do mar. O tubo é de pau de cereja. O bocal é de âmbar.
MACÁRIO - Bofé! Uma Sultana o fumaria! E fumo?
O DESCONHECIDO - É uma invenção nova. Dispensa-o. Acendei-o na vela. (Macário acende).
MACÁRIO - E vós?
O DESCONHECIDO - Não vos importeis comigo. (Tira outro cachimbo e fuma)
MACÁRIO - Sois um perfeito companheiro de viagem. Vosso nome?
O DESCONHECIDO - Perguntei-vos o vosso?
MACÁRIO - O caso é que é preciso que eu pergunte primeiro. Pois eu sou um estudante. Vadio ou estudioso, talentoso ou estúpido, pouco importa. Duas palavras só: amo o fumo e odeio o Direito Romano. Amo as mulheres e odeio o romantismo.
O DESCONHECIDO - Tocai! Sois um digno rapaz. (Apertam a mão).
MACÁRIO - Gosto mais de uma garrafa de vinho que de um poema, mais de um beijo que do soneto mais harmonioso. Quanto ao canto dos passarinhos, ao luar sonolento, às noites límpidas, acho isso sumamente insípido. Os passarinhos sabem só uma cantiga. O luar é sempre o mesmo. Esse mundo é monótono a fazer morrer de sono.
O DESCONHECIDO - E a poesia?
MACÁRIO - Enquanto era a moeda de ouro que corria só pela mão do rico, ia muito bem. Hoje trocou-se em moeda de cobre; não há mendigo, nem caixeiro de taverna que não tenha esse vintém azinhavrado. Entendeis-me?
O DESCONHECIDO - Entendo. A poesia, de popular tornou-se vulgar e comum. Antigamente faziam-na para o povo; hoje o povo fá-la para ninguém.
MACÁRIO (bebe) - Eu vos dizia pois... Onde tínhamos ficado?
O DESCONHECIDO - Não sei. Parece-me que falávamos sobre o Papa.
MACÁRIO - Não sei: creio que o vosso vinho subiu-me à cabeça. Puah! vosso cachimbo tem sarro que tresanda!
O DESCONHECIDO - Sois triste, moço... Palavra que eu desejaria ver essa poesia vossa.
MACÁRIO - Por quê?
O DESCONHECIDO - Porque havia ser alegre como Arlequim assistindo a seu enterro...
MACÁRIO - Poesias a quê?
O DESCONHECIDO - À luz, ao céu, ao mar...
MACÁRIO - Primeiramente - o mar é uma coisa soberanamente insípida...O enjôo é tudo quanto há mais prosaico. Sou daqueles de quem fala o corsário de Byron "whose soul would sicken o'er the heaving wave".
O DESCONHECIDO - E enjoais a bordo?
MACÁRIO - É a única semelhança que tenho com D. Juan.
O DESCONHECIDO - Modéstia!
MACÁRIO - Pergunta à taverneira se apertei-lhe o cotovelo, pisquei-lhe o olho, ou pus-lhe a mão nas tetas...
O DESCONHECIDO - Um dragão!
MACÁRIO - Uma mulher! Todas elas são assim. As que não são assim por fora o são por dentro. Algumas em falta de cabelos na cabeça os têm no coração. As mulheres são como as espadas, às vezes a bainha é de ouro e de esmalte, e a folha é ferrugenta.
O DESCONHECIDO - Falas como um descrido, como um saciado! E contudo ainda tens os beiços de criança! Quantos seios de mulher beijaste além do seio de tua ama de leite? Quantos lábios além dos de tua irmã?
MACÁRIO - A vagabunda que dorme nas ruas, a mulher que se vende corpo e alma, porque sua alma é tão desbotada como seu corpo, te digam minhas noites. Talvez muita virgem tenha suspirado por mim! Talvez agora mesmo alguma donzela se ajoelhe na cama e reze por mim!
O DESCONHECIDO - Na verdade és belo. Que idade tens?
MACÁRIO - Vinte anos. Mas meu peito tem batido nesses vinte anos tantas vezes como o de um outro homem em quarenta.
O DESCONHECIDO - E amaste muito?
MACÁRIO - Sim e não. Sempre e nunca.
O DESCONHECIDO - Fala claro.
MACÁRIO - Mais claro que o dia. Se chamas o amor a troca de duas temperaturas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que arquejam, o beijo de duas bocas que tremem, de duas vidas que se fundem ...tenho amado muito e sempre!... Se chamas o amor o sentimento casto e poro que faz cismar o pensativo, que faz chorar o amante na relva onde passou a beleza, que adivinha o perfume dela na brisa, que pergunta às aves, à manhã, à noite, às harmonias da música, que melodia é mais doce que sua voz; e ao seu coração, que formosura mais divina que a dela...eu nunca amei. Ainda não achei uma mulher assim. Entre um charuto e uma chávena de café lembro-me às vezes de alguma forma divina, morena, branca, loura, de cabelos castanhos ou negros. Tenho-as visto que fazem empalidecer-e meu peito parece sufocar meus lábios se gelam, minha mão se esfria...Parece-me então que, se aquela mulher que me faz estremecer assim, soltasse sua roupa de veludo e me deixasse por os lábios sobre seu seio um momento, eu morreria num desmaio de prazer! Mas depois desta vem outra, mais outra e o amor se desfaz numa saudade que se desfaz no esquecimento. Como eu te disse, nunca amei.
O DESCONHECIDO - Ter vinte anos e nunca ter amado! E para quando esperas o amor?
MACÁRIO - Não sei. Talvez eu ame quando estiver impotente!
O DESCONHECIDO - E o que exigirias para a mulher de teus amores?
MACÁRIO - Pouca coisa. Beleza, virgindade, inocência, amor.
O DESCONHECIDO (irônico) - Mais nada?
MACÁRIO - Notai que por beleza indico um corpo bem feito, arredondado, cetinoso, uma pele macia e rosada, um cabelo de seda frouxa e uns pés mimosos...
O DESCONHECIDO - Quanto à virgindade?
MACÁRIO - Eu a quereria virgem na alma como no corpo. Quereria que ela nunca tivesse sentido a menor emoção por ninguém. Nem por um primo, nem por um irmão... Que Deus a tivesse criado adormecida na alma até ver-me, como aquelas princesas encantadas dos contos que uma fada adormecera por cem anos. Quereria que um anjo a cobrisse sempre com seu véu, e a banhasse todas as noites do seu óleo divino para guardá-la santa... Quereria que ela viesse criança transformar-se em mulher nos meus beijos.
O DESCONHECIDO - Muito bem, mancebo! E esperas essa mulher?
MACÁRIO - Quem sabe!
O DESCONHECIDO - E é no lodo da prostituição que hás de encontrá-la?
MACÁRIO - Talvez! É no lodo do oceano que se encontram as pérolas
O DESCONHECIDO - Em mau lugar procuras a virgindade! É mais fácil achar uma pérola na casa de um joalheiro que no meio das areias do fundo do mar.
MACÁRIO - Quem sabe!...
O DESCONHECIDO - Duvidas pois?
MACÁRIO - Duvido sempre. Descreio às vezes. Parece-me que este mundo é um logro. O amor, a glória, a virgindade, tudo é uma ilusão.
O DESCONHECIDO - Tens razão: a virgindade é uma ilusão! Qual é mais virgem, aquela que é deflorada dormindo, ou a freira que ardente de lágrimas e desejos se revolve no seu catre, rompendo com as mãos sua roupa de morte, lendo algum romance impuro?
MACÁRIO - Tens razão: a virgindade da alma pode existir numa prostituta, e não existir numa virgem de corpo.-Há flores sem perfume, e perfume sem flores. Mas eu não sou como os outros. Acho que uma taça vazia pouco vale, mas não beberia o melhor vinho numa xícara de barro.
O DESCONHECIDO - E contudo bebes o amor nos lábios de argila da mulher corrupta!
MACÁRIO - O amor? Que te disse que era o amor? É uma fome impura que se sacia. O corpo faminto é como o conde Ugolino na sua torre, morderia até num cadáver.
O DESCONHECIDO - Tua comparação é exata. A meretriz é um cadáver.
MACÁRIO - Vale-nos ao menos que sobre seu peito não se morre de frio!
O DESCONHECIDO - Admira-me uma coisa. Tens vinte anos: deverias ser puro como um anjo e és devasso como um cônego!
MACÁRIO - Não é que eu não voltasse meus sonhos para o céu. A cisterna também abre seus lábios para Deus, e pede-lhe uma água pura – e o mais das vezes só tem lodo. Palavra de honra, que às vezes quero fazer-me frade.
O DESCONHECIDO - Frade! Para quê?
MACÁRIO - É uma loucura. Enche esse copo. (Bebe) Pela Virgem Maria! Tenho sono. Vou dormir.
O DESCONHECIDO - E eu também Boa noite.
MACÁRIO - Ainda uma vez, antes de dormir, o teu nome?
O DESCONHECIDO - Insistes nisso?
MACÁRIO - De todo o meu coração. Sou filho de mulher.
O DESCONHECIDO - Aperta minha mão. Quero ver se tremes nesse aperto ouvindo meu nome.
MACÁRIO - Juro-te que não, ainda que fosses.
O DESCONHECIDO - Aperta minha mão. Até sempre: na vida e na morte!
MACÁRIO - Até sempre, na vida e na morte!
O DESCONHECIDO - E o teu nome?
MACÁRIO - Macário. Se não fosse enjeitado, dir-te-ia o nome de meu pai e o de minha mãe. Era de certo alguma libertina. Meu pai, pelo que penso, era padre ou fidalgo.
O DESCONHECIDO - Eu sou o diabo. Boa noite, Macário.
(...)"
(Azevedo, Álvares de. Macário, 2004, pp. 87-94)

Um pouco de Leminski

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma da primeira conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
(Paulo Leminski)
Então, o que me dizem?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Minhas paisagens

"Cariocas não gostam de dias nublados"...
...nem de andaimes!

Vida de estudante durante o Romantismo

"A criação das faculdades de Direito, em São Paulo e em Pernambuco, e dos cursos médicos, no Rio de Janeiro e na Bahia, desencadeou um fenômeno inédito na vida do Império: o deslocamento de um grande número de jovens, de todas as partes dos país, para esses centros de estudos.
(...)
Alegres, espirituosos, irreverentes, os estudantes encontravam na convivência com colegas da mesma idade, e com idênticos ideais, o estímulo à literatura que dificilmente teriam se permanecessem em suas províncias. As salas das academias e as repúblicas tornaram-se centro intensos de vida literária, produzindo altos dividendos para a literatura. Desde a implantação das faculdades de direito, os estudantes constituíam o principal público consumidor de livros do país e um grande produtor de volumes e mais volumes de poesia, contos etc., ajudando a criar a indústria nacional de livros.
Tinham um apetite voraz por leituras, capazes de ingerir romances populares de gosto duvidoso, mas também saborear a literatura mais requintada da época, assimilá-la e abrasileirá-la. Leitores apaixonados, revelaram-se escritores excelentes, renovando a literatura brasileira, dando-lhe uma palpitação de vida desconhecida até então e tentando fazer dela um elemento indispensável à vida cotidiana, com um amor e uma intensidade que nunca mais se repetiria em nossa trajetória espiritual.
Esses novos habitantes começaram a alterar radicalmente o perfil da cidade. Tornaram-se os queridinho das iaiás. Baile ou reunião sem eles perdia toda a graça. Como as moças, também o comércio, dominado por portugueses e franceses, mestres na arte de caprichar no quilo de 800 gramas e no metro de 90 centímetros, passou a se interessar pelos estudantes. A atraí-los com mercadorias vindas da Corte ou da Europa, que antes não encontravam fregueses. Muito comum o anúncio de jornal dirigido aos ‘senhores estudantes’.
(...)
Toda a obra de Álvares de Azevedo e de Castro Alves foi escrita durante a vida acadêmica, interrompida pela morte prematura. A parte mais importante de Fagundes Varela surgiu em sua fase de estudante.
(...)
Estudiosos ou gazeteiros, os estudantes levavam uma vida bastante metódica. Acordavam, no mais tardar, às sete horas, com o repique do sino da Academia, almoçavam, jantavam, ceavam a horas regulares, tinham sua rotina diária de estudo. Cada república contava com seus serviçais domésticos, lavadeira, engomadeira e cozinheira – esta batizada pelo humor acadêmicos de Nhá Tudinha. Quase todos os rapazes faziam-se acompanhar de escravos, que lhes serviam de pajens. Ao se formarem, costumavam assinar a carta de alforria, retribuindo assim a dedicação recebida durante o curso. Às vezes, era diferente. Em cara à sua mãe, Álvares de Azevedo queixava-se de que o escravo Inácio ‘de pouco préstimo me tem servido’.
(...)
Em geral, era apenas nos quartos que se evidenciava que não se tratava de uma casa comum. Ali, nunca faltava a mesa de estudo, com a clássica lâmpada a óleo, e a cama, onde os rapazes descansavam e sonhavam de olhos abertos, liam e fumavam. Na mesinha de cabeceira, empilhavam-se os livros favoritos. A um canto, o espelho, no qual os estudantes verificavam se estavam na moda. Os modelos eram os grandes poetas franceses, cujas figuras vinham estampadas em revistas parisienses. Tinham especial vaidade com os cabelos, longos, ondulados, brilhosos de gordura, com as extremidades voltadas para fora ou para dentro, formando a curva sobre o colo, à maneira de Gauthier e Musset.
(...)
A literatura estava presente em cada minuto da vida dos rapazes, nas aulas, nos momentos de evasão, nos divertimentos. Boa parte dos divertimentos decorria em casa, em saraus informais, cujo espírito variava bastante, caso fossem realizados numa casa de família ou numa república.
(...)
O espírito mudava inteiramente quando as reuniões eram realizadas nas repúblicas, longe das moças e das famílias, em ambiente de plena descontração e liberdade. As conversas varavam a noite até o raiar do dia, contando anedotas picantes e aventuras da vida acadêmica, recitando poemas livres ou bestialógicos, entoando cantigas consagradas pelos estudantes, em meio à fumaça sufocante dos cigarros e charutos e da bebedeira de vinho e conhaque. Os mais ousados introduziam prostitutas. Eram as noites de ‘cinismo’, palavra que no vocabulário acadêmico era sinônimo de spleen. Havia até o verbo cinicar.”
(Machado, Ubiratan. Vida literária no Brasil durante o Romantismo, 2001, pp. 159-164)
Então, o que me dizem?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mais um plantão ótimo!

Queridos,
o plantão do final de semana passado foi muito, muito legal!
Fizemos um campeonato de videogame e nos divertimos muito!
Eis os melhores momentos:
A escolha do jogo: chance para todos os competidores aprenderem na marra os comandos...
O auxílio luxuoso de Caio e suas tabelas mágicas!
Laura pronta para o "massacre"...
O jogo prosseguia e ficava cada vez mais animado: "Pisa!" "Bate!" "Imobiliza!"
Cássia e Léo numa luta super disputada!
Reparem na técnica "ninja" da Cássia! O Léo não teve nenhuma chance...

Igor e Lucas: duelo de titãs...
Adooooro!!!
Os grandes vencedores da tarde: Igor, Rayssa e Laura!
Então, o que me dizem?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Campanha da ABI

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
Então, o que me dizem?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Para ler e refletir

"Os filhos do lixo"


Há quem diga que dou esperança; há quem proteste que sou pessimista. Eu digo que os maiores otimistas são aqueles que , apesar do que vivem e observam, continuam apostando na vida, trabalhando, cultivando afetos e tendo projetos. Às vezes, porém, escrevo com dor. Como hoje.
Acabo de assistir a uma reportagem sobre crianças no Brasil que vivem do lixo. Digamos que são o lixo deste país, e nós permitimos ou criamos isso. Eu mesma já vi com estes olhos gente morando junto de lixões, e crianças disputando com urubus pedaços de comida estragada para matar a fome.
A reportagem era uma história de terror – mas verdadeira, nossa, deste país. Uma jovem de menos de 20 anos trazia numa carretinha feita de madeiras velhas seus três filhos, de 4, 2 e 1 ano. Chegavam ao lixão, e a maiorzinha, já treinada, saía a catar coisas úteis, sobretudo comida. Logo estavam os três comendo, e a mãe, indignada, explicou com simplicidade: “A gente tem de sobreviver, né?”.
O relato dessa quase adolescente e o de outras eram parecidos: todas com filhos pequenos, duas novamente grávidas e, como diziam, vivendo a sua sina – como sua mãe, e sua avó, antes delas. Uma chorou dizendo que tinha estudado até a oitava série, mas então precisou ajudar em casa e foi catar lixo, como as outras mulheres da família. “Minha sina”, repetiu, e olhou a filha que amamentava. “E essa aí?”, perguntou a jornalista. “Essa aí, bom, depende, tomara que não, mas Deus é quem sabe. Se Ele quiser...”
Os diálogos foram mais ou menos assim; repito de memória, não gravei. Mas gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas e seminuas, contentes comendo lixo. Sentadas sobre o lixo. Uma cuidando do irmãozinho menor, que escalava a montanha de lixo. Criadas, como suas mães, acreditando que Deus queria isso.
Não sei como é possível alguém dizer que este país vai bem enquanto esses fatos, e outros semelhantes, acontecem. Pois, sendo na nossa pátria, não importa em que recanto for, tudo nos diz respeito, como nos dizem respeito a malandragem e a roubalheira, a mentira e a impunidade e o falso ufanismo. Ouvimos a toda hora que nunca o PIS esteve tão bem. Até que em algumas coisas, talvez em muitas, melhoramos. Temos vacinas. Existem hospitais e ensino públicos – ainda que atrasados e ruins. Temos alguns benefícios, como aposentadoria – embora miserável –, e estabilidade econômica aparente. Andamos um pouco mais bem equipados do que cem anos atrás.
Mas quem somos, afinal? Que país somos, que gente nos tornamos, se vemos tudo isso e continuamos comendo, bebendo, trabalhando e estudando como se nem fosse conosco? Deve ser o nosso jeito de sobreviver – não comendo lixo concreto, mas engolindo esse lixo moral e fingindo que está tudo bem. Pois, se nos convencermos de que tudo isso acontece no nosso meio, no nosso país, talvez na nossa cidade, e nos sentirmos parte disso, responsáveis por isso, o que se poderia fazer?
Pelo menos reclamar. Achar que nem tudo está maravilhoso. Procurar eleger pessoas de bem, interessadas, que cuidassem dos lixões, dos pobrezinhos, da saúde pública, dos leitos que faltam aos milhares, dos colégios desprovidos, de tudo isso que cansativa mas incansavelmente tantos de nós têm dito e escrito. Que pelo menos a gente saiba e, em vez de disfarçar, espalhe. Não para criar hostilidade e desordem, mas para mudar um pouquinho essa mentalidade. Nunca mais crianças brasileiras sendo filhas do lixo, nem mães dizendo que aquela é sua sina, porque Deus quer assim.
Deus não quer assim. Os deuses não inventaram a indiferença, a crueldade, o mal causado pelo homem. Nem mandaram desviar o olhar para não ver o menino metendo avidamente na boca restos de um bolo mofado, talvez sua única refeição do dia. E, naquele instante, a câmera captou sua irmãzinha num grande sorriso inocente atrás de um par de óculos cor-de-rosa que acabara de encontrar: e assim se iluminou por um breve instante aquela imensa, trágica realidade.

Lya Luft é escritora.

Fonte: Revista Veja, edição 2160, ano 43, número 15, de 11 de abril de 2010.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A estética romântica (revisão)


“É curioso verificar até que ponto, antes de meados do século XVIII, era raro os artistas se desviarem dos estreitos limites da ilustração, pintarem uma cena de romance ou um episódio da história medieval ou de seu próprio tempo. Tudo isso mudou muito rapidamente durante o evoluir da Revolução Francesa. De repente, os artistas sentiram-se livres para escolher qualquer coisa como tema, desde uma cena de Shakespeare a um acontecimento do dia, o que quer que, de fato, apelasse para a imaginação e despertasse interesse.” (Gombrich, E. H., em A História da arte, p. 481, grifos meus)
Marat assassinado (1793), Jean-Louis David.
“[Os contemporâneos da Revolução] achavam estar vivendo tempos heróicos, e consideravam os acontecimentos de seus próprios dias tão dignos da atenção do pintor quanto os episódios da história grega e romana” (Gombrich, op.cit., p. 485)
Arte voltada para a nobreza (modelos clássicos) – temas fixos, repetição de modelos, imitacio
X
Arte voltada para a burguesia (estética romântica) – revolução artística: novas referências para a arte (liberdade formal e temática)
Projeto literário do Romantismo:
• Valorização do indivíduo (e toda a sua complexidade emocional);
• Exaltação do amor à pátria e dos símbolos nacionais;
• Divulgação dos valores burgueses: trabalho, sacrifício e esforço.
“Em lugar da origem nobre que assegura o direito à distinção e ao reconhecimento social, os textos literários traçarão o perfil de heróis que precisam agir, sofrer, superar obstáculos de toda a natureza para se qualificarem como exemplares. Na sociedade capitalista que remunera o trabalho, sacrifício e esforço passam a valer mais que a nobreza que se recebe de herança.” (ABAURRE, M. L., Literatura Brasileira, p. 218)
Carcterísticas da estética romântica:
  • Liberdade é a palavra-chave.
  • Substituição de moldes clássicos pela liberdade criadora do sujeito.
  • Negação do convencional e da imitação.
  • O artista romântico não imita: ele cria; quer ser original.
  • Obra de Arte = alma do artista.
  • O gênio do artista: amor, paixão, emoção, intuição (criação de uma nova sensibilidade).
  • Interpretar a realidade a partir da emoção: sentimentalismo.
  • Temas Nacionais: construção do Estado (heróis e valores da nação)
  • Culto da Noite (forças inconscientes, sonho, imaginação, sobrenatural).
Então, o que me dizem?