quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Ensino sem demagogia

Dando prosseguimento ao tema do post anterior, coloco a seguir um texto muito esclarecedor sobre a educação no Brasil. Além de refletir sobre a falta de coerência do discurso governamental acerca da questão educacional, o artigo do professor Dermeval Saviani da Unicamp propõe soluções para a educação no Brasil. O texto foi publicado originalmente no jornal Folha de São Paulo (13/07/08) e os destaques (itálicos) são meus, ok?
Ensino sem demagogia
Dermeval Saviani
Os mais variados diagnósticos põem em evidência o estado atual altamente precário da qualidade da educação pública brasileira. E o mais recente programa de enfrentamento da situação, o PDE [Plano de Desenvolvimento da Educação], se propôs a atacar de frente exatamente o problema da qualidade do ensino, mas tem um calcanhar-de-aquiles: o insuficiente investimento.
Tal situação agora repercute de forma ampliada por efeito da greve dos professores da rede pública estadual de SP [iniciada em 16/6], que põe em evidência o problema das condições precárias de trabalho que dificultam a ação dos professores e afetam a formação, desestimulando a procura pelos cursos de preparação docente.Tanto para garantir uma formação consistente como para assegurar condições adequadas de trabalho, faz-se necessário prover os recursos financeiros correspondentes.
Eis o grande desafio a ser enfrentado. É preciso acabar com a duplicidade pela qual, ao mesmo tempo em que se proclamam aos quatro ventos as virtudes da educação, as políticas predominantes se pautam pela redução de custos, cortando investimentos. Impõe-se ajustar as decisões políticas ao discurso imperante. Trata-se, pois, de eleger a educação como máxima prioridade, carreando para ela todos os recursos disponíveis.
Questão crucial
Não se trata de colocar a educação em competição com outras áreas necessitadas, como saúde, segurança, estradas, desemprego, infra-estrutura de transporte, de energia, abastecimento, ambiente etc. Ao contrário, como eixo do projeto de desenvolvimento nacional, a educação será a via escolhida para atacar de frente todos esses problemas.
Se ampliarmos o número de escolas, tornando-as capazes de absorver toda a população em idade escolar, se povoarmos essas escolas com todos os profissionais de que necessitam, em especial com professores em tempo integral e bem remunerados, estaremos atacando o problema do desemprego diretamente, pois serão criados milhões de empregos.
Estaremos atacando o problema da segurança, pois estaremos retirando das ruas e do assédio do tráfico de drogas um grande contingente de crianças e jovens. Mas, principalmente, atacaremos todos os demais problemas, pois estaremos promovendo o desenvolvimento econômico, uma vez que esses milhões de pessoas com bons salários irão consumir e, com isso, ativar o comércio, que, por sua vez, ativará o setor produtivo (indústria e agricultura), que irá produzir mais e contratar mais pessoas. De quebra, a implementação desse projeto provocará o crescimento da arrecadação de impostos, maximizando a ação do Estado na infra-estrutura e nos programas sociais.
Enfim, com esse projeto será resolvido o problema da qualidade da educação: transformada a docência numa profissão atraente em razão da sensível melhoria salarial e das boas condições de trabalho, para ela serão atraídos muitos jovens dispostos a investir recursos, tempo e energia numa alta qualificação obtida em graduações de longa duração e em cursos de pós-graduação.
Com um quadro de professores altamente qualificado e fortemente motivado trabalhando em tempo integral numa única escola, estaremos formando os cidadãos conscientes, críticos, criativos, esclarecidos e tecnicamente competentes para ocupar os postos do mercado de trabalho de um país que viria a recuperar, a pleno vapor, sua capacidade produtiva.
Falta de coerência
Estaria criado, por esse caminho, o tão desejado círculo virtuoso do desenvolvimento. Trata-se de uma proposta ingênua, romântica? Não. Ela apenas extrai as conseqüências do discurso hoje dominante, cobrando coerência aos portadores desse discurso. Está lançado o desafio aos formadores de opinião, aos empresários, dirigentes dos vários níveis e dos mais diferentes ramos de atividade e, em especial, aos políticos. Ou assumimos essa proposta ou devemos deixar cair a máscara e pararmos de pronunciar discursos grandiloqüentes sobre educação, em flagrante contradição com uma prática que nega cinicamente os discursos proferidos.
*Dermeval Saviani é professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor de, entre outras obras, "Política e Educação no Brasil" (ed. Autores Associados).

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Educação: a crítica da crítica


A revista Veja de 20 de agosto de 2008 elegeu o tema da Educação como matéria de capa. É possível ler parcialmente a matéria especial pela internet. A seguir coloco os endereços dos artigos disponíveis:
“Você sabe o que estão ensinando a ele?”
“Prontos para o século XIX”
Agora, coloco os links de dois ensaios que fazem uma reflexão sobre a matéria da revista.
“Especial sobre educação: neutralidade inventada”, por Bernardo Caprara (26/8/2008).
“O ensino vai mal e Veja conhece os culpados”, por Gabriel Perissé (19/8/2008)
Os dois são encontrados no site Observatório da imprensa:
Para quem não sabe, o Observatório é, na definição de seus colaboradores, uma “entidade civil, não-governamental, não-corporativa e não-partidária que pretende acompanhar, junto com outras organizações da sociedade civil, o desempenho da mídia brasileira”. Por ser uma importante fonte de informação, recomendo que vocês passem a conhecê-lo.
Então, o que me dizem?

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Que tal um cineminha literário?

Queridos, garimpei no youtube algumas entrevistas e documentários espetaculares, maravilhosos mesmo! É uma oportunidade fantástica de escutar Drummond falando de sua vida e recitando poesias; de ver a escritora Clarice Lispector comentando sua obra e ainda de conhecer um pouquinho mais de João Cabral de Melo Neto a partir de depoimentos de artistas, poetas e familiares. E o melhor de tudo: vocês aprenderão bastante se divertindo :)
João Cabral de Melo Neto Documentário produzido pela editora Alfaguara para comemorar o relançamento da obra do poeta João Cabral de Melo Neto, com depoimentos de Luis Fernando Verissimo, Chico Buarque, Lázaro Ramos, Ferreira Gullar, Adriana Calcanhotto, Carlos Heitor Cony, Adélia Prado e outros.
Parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=Pc7mSYhPApI
Parte2 http://www.youtube.com/watch?v=honRyFrjR_E

Carlos Drummond de Andrade Especial sobre a vida e obra de Carlos Drummond de Andrade exibido no canal Globo News, programa Arquivo N, em 08/2007.

Clarice Lispector O programa 30 Anos Incríveis da TV Cultura, com apresentação de Gastão Moreira, relembra a última entrevista com Clarice Lispector dada ao jornalista Junio Lerner para o programa Panorama (1977).
Parte 3 http://www.youtube.com/watch?v=ZEYihXVjhEc (Aqui ela começa falando de Macabéa, a protagonista de A hora da estrela, é simplesmente maravilhoso!!!)
Parte 4 http://www.youtube.com/watch?v=ptCJzf20rbY (Com cenas do filme “A hora da estrela” (1985) de Suzana Amaral)
Então, o que me dizem?

Poesia Concreta

Criada por Décio Pignatari e pelos irmãos Haroldo de Campos e Augusto de Campos, a poesia concreta atacava a produção poética da sua época, dominada pela geração de 1945, a quem os jovens paulistas acusavam de verbalismo, subjetivismo, falta de apuro e incapacidade de expressar a nova realidade gerada pela revolução industrial.
Esses poetas buscavam retomar o modernismo brasileiro dos anos 20, restaurando seu espírito rebelde e vanguardista. Tiveram como inspiração os poetas Oswald de Andrade e João Cabral de Melo Neto (o "poeta engenheiro", objetivo, conciso, que só cronologicamente pode ser colocado na geração de 45).
Cronologia
  • 1952 Criação do Grupo Noigandres, por Décio Pignatari e Haroldo e Au­gusto de Campos. Surge o primeiro número da revista "Noigandres''.
  • 1953 Viagem de Pignatari à Europa, onde ele se encontra com o poeta suíço-boliviano Eugen Gomringer, que realiza na Alemanha experimentações poéti­cas próximas da dos brasileiros.
  • 1955 Augusto utiliza pela primeira vez a expressão "poesia concreta''.
  • 1956 A Exposição Nacional de Poesia Concreta é realizada em São Paulo.
  • 1957 A exposição é mostrada no Rio de Janeiro.
  • 1958 É publicado em "Noigandres 4'' o "Plano-Piloto para Poesia Concreta''.
Características
  • Abolição do verso tradicional: eliminação dos laços sintáticos (preposições, conjunções, pronomes, etc.), gerando uma poesia objetiva, concreta, feita quase tão somente de substantivos e verbos;
  • Estrutura verbivocovisual: valorização do campo visual, do aspecto gráfico da letra, da cor e da disposição das palavras;
  • Ideograma: apelo à comunicação não-verbal;
  • Metacomunicação: simultaneidade da comunicação verbal e não-verbal;
  • Atomização: comumente as palavras são desmanchadas, criando outras significações;
  • Polissemia: múltiplos significados de palavras e de imagens;
  • Explicitação da materialidade da linguagem sob os aspectos visual e sonoro;
  • Ênfase no caráter não-discursivo da poesia com supressão ou relativização dos elos sintáticos.
Décio Pgnatari, Beba coca-cola, 1957.
Atenção! As pausas, os brancos, as experimentações tipográficas e a posição assimétrica das linhas são signos que constroem a poesia. O espaço gráfico é funcional e passa a significar tanto quanto as palavras. Com a nova estrutura espaço-temporal, as palavras são apresentadas numa estrutura dinâmica de múltiplos movimentos simultâneos. Assim o poema torna-se um objeto passível de manipulação, permitindo múltiplas leituras (pode ser lido de cima para baixo, da direita para a esquerda, em diagonal etc.). Nesse sentido, o leitor é obrigado a ser ativo, a entrar no jogo do poema, pois sua leitura passa a construir o poema.

Ronaldo Azeredo, Velocidade, 1958.

José Lino Grünewald, Vai e vem, 1959.
E. M. de Melo e Castro, Pêndulo, 1961.
Augusto de Campos, O Pulsar, 1975.
Trecho de Galáxias (1963) de Haroldo de Campos:
"e começo aqui e meço aqui este começo e recomeço e remeço e arremesso e aqui me meço quando se vive sob a espécie da viagem o que importa não é a viagem mas o começo da por isso meço por isso começo escrever mil página escrever milumapáginas para acabar com a escritura para começar com a escritura para acabarcomeçar com a escritura por isso recomeço por isso arremeço por isso teço escrever sobre escrever é futuro do escrever sobrescrevo sobreescravo em milumanoites miluma- páginas ou uma página em uma noite que é o mesmo noites e páginas mesmam ensimesmam onde o fim é o comêço onde escrever sobre o escrever é não escrever sobre não escrever e por isso começo descomeço pelo descomêço desconheço e me teço um livro onde tudo seja fortuito e forçoso um livro onde tudo seja não esteja seja um umbigodomundolivro um umbigodolivromundo um livro de viagem onde a viagem seja o livro ser do livro é a viagem por isso começo (pois) a viagem é o comêço e volto e revolto (pois) na volta recomeço reconheço remeço um livro é o conteúdo do livro e cada página de um livro é o conteúdo do livro e cada linha de uma página e cada palavra de uma linha é o conteúdo da palavra da linha da página do livro um livro ensaia o livro todo livro é um livro de ensaio de ensaios do livro por isso o fim- comêço começa e fina recomeça e refina se afina o fim no funil do comêço afunila o comêço no fuzil do fim no fim do fim recomeça o recomêço refina o refino do fim e onde fina começa e se apressa e regressa e retece há milumestórias na mínima unha de estória por isso não conto por isso não canto por isso a nãoestória mes desconta ou me descanta o avesso da estória que pode ser escória que pode ser cárie que pode ser estória tudo depende da hora tudo depende da glória tudo depende de embora e nada e néris e reles e nemnada de nada e nures de néris de reles de ralo de raro e nacos de necas e najas de nillus e nures de nenhures e nesgas de nulla res e nenhumzinho de nemnada nunca pode ser tudo pode ser todo pode ser total tudosomado todo somassuma de tudo suma somatória do assomo do assombro e aqui me meço e começo e me projeto eco do comêço eco do eco de um comêço em eco no soco de um comêço em eco no oco eco de um soco no osso e aqui ou além ou aquém ou lá acolá ou em toda parte ou em nenhuma parte ou mais além ou menos aquém ou mais adiante ou menos atrás ou avante ou paravante ou à ré ou a raso ou a rés começo re começo rés começo raso começo que a unha-de-fome da estória não me come não me consome não me doma não me redoma (pois) no osso do comêço só conheço o osso o ossso buco do comêço a bossa do comêço onde é viagem onde a viagem é maravilha de tornaviagem é tornassol viagem de maravilha onde a migalha a maravalha a apara é maravilha é vanilla é vigília é cintila de centelha é favila de fábula é lumínula de nada e descanto a fábula e desconto as fadas e conto as favas (pois) começo a fala (...)"
Quer saber mais sobre poesia concreta?
Site sobre Augusto de Campos
Site sobre Haroldo de Campos
Por fim, vale a pena citar dois vídeos interessantíssimos:
Esse foi feito pela TV Cultura e tem Caetano Veloso cantando/recitando o poema "O Pulsar" :
Esse outro é fantástico! Trata-se de uma adaptação para o audiovisual dos poemas concretos "Cinco" (de José Lino Grunewald, 1964), "Velocidade" (de Ronald Azeredo, 1957), "Cidade" (de Augusto de Campos, 1963), "Pêndulo" (de E.M. de Melo e Castro, 1961/62) e "O Organismo" (de Décio Pignatari, 1960). Direção: Christian Caselli.
Então, o que me dizem?

domingo, 24 de agosto de 2008

Anos dourados

Queridos, o ano de 1958 dá muito pano para manga, por isso fiquem atentos! Quando falamos de 58 pensamos logo no futebol, não é meninos? A primeira Copa do Mundo vencida pela Seleção Brasileira foi um grande feito, inesquecível para os apreciadores (como eu, rs) dessa verdadeira arte... Acontece que não podemos nos esquecer dos anos cinqüenta (os “anos dourados”) como um todo. Gente, essa é a década da construção de Brasília, da arquitetura moderna, da poesia concreta, da renovação do teatro brasileiro, do surgimento da Bossa Nova e do Cinema Novo!!!

JK, o Presidente Bossa Nova
Em 1956, Juscelino Kubitschek tomou posse na Presidência da República com o slogan desenvolvimentista “50 anos em 5″ e o Brasil viveu um período de crescimento econômico que acabou se refletindo em todas as áreas. Recomendo o site da Fundação Getúlio Vargas, bastante completo, que oferece um panorama político, artístico e cultural dos anos 50.


Música
Em 1958, dois discos, marcos iniciais da Bossa nova, são lançados: “Canção do Amor Demais”, com Elizeth Cardoso interpretando composições de Tom e Vinicius, e “Chega de Saudade” (com o clássico homônimo de Tom e Vinicius de um lado e “Bim-bom”, de João Gilberto, do outro). O clima era de festa, de praia, de encontros de amigos, de tranqüilidade...
João Gilberto e Tom Jobim
Tom Jobim entre Sérgio Ricardo, Normando Santos, Ronaldo Bôscoli e Nara Leão

Sobre isso, achei um depoimento que mostra como a “batida diferente” revolucionou (temática e musicalmente) a MPB:

Nós éramos um grupo de jovens que procurava uma identidade musical, pois o que se tocava no Brasil no final dos anos 60, apesar de ser uma música bonita, bem feita, não era em absoluto uma realidade de uma geração mais solta, mais alegre, mais ligada à natureza do que a geração anterior que curtia a noite, as boates, os amores sofridos e cuja música refletia essas situações de seu dia-a-dia. Ouvíamos e tocávamos sambas-canções que diziam: ‘Sei que falam de mim, sei que zombam de mim, ó Deus, como sou infeliz’, ou ‘Se eu morresse amanhã de manhã, não faria falta a ninguém’, ou ‘Garçom apague essa luz que eu quero ficar sozinho, garçom me deixe comigo que a mágoa que eu tenho é só minha’. Imaginem nós, com 20 anos de idade, cantando todo esse sofrimento! Passamos então a criar um outro universo mais leve e mais otimista na maioria das vezes, como: ‘Era uma vez um lobo mau que resolveu jantar alguém’, ou ‘Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver’, ou ‘Dia de luz, festa de sol, e um barquinho a deslizar no macio azul do mar’. Todas essas mensagens vinham acompanhadas de uma música que era uma fusão de tudo que ouvíamos, como samba-canção, samba, bolero, jazz e muito musical norte-americano que passava sempre nos cinemas Metro. Essa fusão de melodias e harmonias veio embalada por uma batida que ficou famosa como ‘a batida da Bossa Nova’ que todo mundo queria aprender, aliás, todo ‘O Mundo’". (Roberto Menescal, extraído de Livro-agenda 2008 – 50 anos de Bossa Nova)

Teatro

Gianfrancesco Guarnieri estreava no Teatro de Arena de São Paulo Eles não usam Black- tie, um marco na linguagem do teatro brasileiro. Saiba mais acessando o verbete da Enciclopédia Itaú Cultural:


Montagem de 1958: Eugênio Kusnet, Lélia Abramo, Chico de Assis, Riva Nimitz (em pé). Flávio Migliaccio, Celeste Lima, Miriam Mehler, Gianfrancesco Guarnieri e Milton Gonçalves (sentados).
Arquitetura Moderna

Ministério da Educação e Saúde Pública (RJ), 1950.

Palácio da Alvorada (DF), 1960.

Quer saber mais sobre Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, os grandes representantes da arquitetura moderna brasileira? Então confira o site:

Cinema Novo

“A renovação estética no cinema da década de 1950, da mesma forma que no teatro, veio acompanhada por questões de ordem política: tratava-se fazer um cinema com nova linguagem e temática popular. A absorção de aspectos da cultura popular era um movimento geral que abrangia todo o cinema da época, desde aquele produzido pela Vera Cruz, passando pelas chanchadas, até os filmes feitos por jovens que iriam promover uma verdadeira revolução estética no cinema brasileiro.” (CPDOC-FGV)
Ficaram curiosos? Então continuem a leitura da matéria em:

Ufa! Quem chegou até aqui deve estar se perguntando: “E a poesia concreta? Cadê?! Cadê?!” Calma, queridos, não se desesperem! A “cerejinha” do bolo vai ficar para o próximo post, hehehe! Até lá!
Beijos

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Xadrez geopolítico

Alunos queridos, lendo o jornal Folha de São Paulo de domingo passado (17 de agosto), encontrei esse artigo (um pouco longo, é verdade) bastante esclarecedor sobre a miniguerra no Cáucaso. Bom, acho extremamente importante sua leitura, porque ele faz uma retrospectiva da Guerra Fria e de como os EUA interpretaram erroneamente o novo jogo de xadrez geopolítico do século XXI. Trata-se de um artigo fundamental para vocês se atualizarem, então não deixem de ler, ok?
Tanque russo passa por pasto em Dzhaba, Ossétia do Sul; resposta de Moscou à invasão da região rebelde desestabilizou a Geórgia
Por trás da miniguerra no Cáucaso, o xadrez geopolítico
(IMMANUEL WALLERSTEIN)
O mundo testemunhou nesta semana uma miniguerra no Cáucaso, e a retórica tem sido intensa, embora em grande medida irrelevante. A geopolítica é uma série de gigantescas partidas de xadrez disputadas entre dois jogadores, nas quais estes buscam posições de vantagem. Nessas partidas, é crucial conhecer as regras vigentes que regem os lances. Os cavalos não podem andar na diagonal. Entre 1945 e 1989, a partida principal de xadrez era disputada entre os Estados Unidos e a União Soviética. Ela se chamava a Guerra Fria, e as regras básicas do jogo eram conhecidas metaforicamente como "Yalta". A regra mais importante dizia respeito a uma linha que dividia a Europa em duas zonas de influência. Essa linha foi chamada por Winston Churchill de "Cortina de Ferro" e se estendia de Stettin a Trieste. A regra dizia que, não importasse quanta turbulência fosse instigada na Europa pelos peões, não haveria guerra de fato entre os Estados Unidos e a União Soviética. Ao final de cada instância de turbulência, as peças voltariam a suas posições originais. Essa regra foi respeitada cuidadosamente até a queda dos comunismos, em 1989, marcada mais notadamente pela destruição do Muro de Berlim. É inteiramente verdade, como todos observaram na época, que as regras de Yalta foram anuladas em 1989 e que a partida disputada entre os Estados Unidos e (desde 1991) a Rússia mudou de maneira radical. O maior problema desde então é que os Estados Unidos não compreenderam direito as novas regras do jogo. Eles se proclamaram, e foram proclamados por muitos outros, a única superpotência mundial. Em termos de regras de xadrez, isso foi interpretado como significando que os Estados Unidos tinham liberdade para movimentar-se pelo tabuleiro de xadrez como bem entendessem e, especialmente, para transferir antigos peões soviéticos para sua esfera de influência. Sob Clinton, e mais notadamente ainda sob George W. Bush, os Estados Unidos passaram a jogar a partida dessa maneira. Só havia um problema nisso: os Estados Unidos não eram a única superpotência mundial -nem sequer eram uma superpotência.
Mais jogadores
O fim da Guerra Fria significou que os Estados Unidos foram rebaixados. De uma das duas superpotências, passaram a ser um Estado forte em meio a uma distribuição realmente multilateral do poder real em um sistema inter-Estados. Muitos países grandes passaram a poder disputar suas próprias partidas de xadrez sem precisarem informar as duas antigas superpotências de seus lances. E começaram a fazê-lo. Duas decisões geopolíticas de importância maior foram tomadas nos anos Clinton. Primeiro, os Estados Unidos fizeram pressão grande e mais ou menos bem-sucedida para que os antigos satélites soviéticos ingressassem na Otan [a aliança militar ocidental]. Esses países estavam ansiosos por entrar, apesar de os países-chave da Europa Ocidental -Alemanha e França- relutarem um pouco em seguir esse caminho. Eles viam a manobra dos EUA como tendo o objetivo, em parte, de limitar sua recém-adquirida liberdade de ação geopolítica. A segunda decisão-chave dos Estados Unidos foi tornar-se jogador ativo nos realinhamentos de fronteiras dentro da antiga República Federal da Iugoslávia. Isso culminou na decisão de autorizar a secessão de facto de Kosovo da Sérvia e implementá-la com suas tropas. A Rússia, mesmo sob Boris Ieltsin, ficou bastante insatisfeita com essas duas ações dos Estados Unidos. Mas a desorganização política e econômica da Rússia durante os anos Ieltsin era tão grande que o máximo que ela pôde fazer foi queixar-se, em voz bastante fraca, é mister acrescentar. A chegada ao poder de George W. Bush e Vladimir Putin foi mais ou menos simultânea. Bush decidiu levar a tática da superpotência única (ou seja, os Estados Unidos podem movimentar suas peças da maneira como decidem por conta própria) muito mais longe do que fizera Clinton.
Regras próprias
Para começar, em 2001 Bush retirou o país do Tratado de Mísseis Antibalísticos firmado por EUA e União Soviética em 1972. Em seguida, anunciou que os Estados Unidos não ratificariam dois tratados novos assinados durante o governo Clinton: o Tratado de Proibição Total de Testes, de 1996, e as modificações acordadas no tratado de desarmamento nuclear SALT 2. Então Bush anunciou que os Estados Unidos iriam adiante com seu Sistema Nacional de Defesa Antimísseis. E, em 2003, Bush invadiu o Iraque. Como parte dessa iniciativa, os Estados Unidos buscaram e obtiveram o direito de construir bases militares e o direito de sobrevoar repúblicas centro-asiáticas que antes faziam parte da União Soviética. Além disso, os EUA promoveram a construção de dutos para o escoamento do petróleo e gás natural da Ásia Central e do Cáucaso, passando ao largo da Rússia. E, finalmente, os Estados Unidos fecharam um acordo com a Polônia e a República Tcheca para instalar uma defesa antimísseis, ostensivamente para proteção contra mísseis iranianos. A Rússia, porém, viu essas instalações como sendo voltadas contra ela. Putin decidiu reagir com muito mais eficácia que Ieltsin. Sendo um jogador prudente, porém, ele primeiro se movimentou para fortalecer sua base doméstica, restaurando a força da autoridade central e revigorando as Forças Armadas russas. Nesse momento, as marés da economia mundial mudaram, e, de uma hora para outra, a Rússia tornou-se a rica e poderosa controladora não apenas da produção petrolífera, mas também do gás natural tão necessário aos países da Europa Ocidental.
Adversário fortalecido
Então Putin começou a agir. Ele criou relacionamentos com a China, selados em tratados. Manteve relações estreitas com o Irã. Começou a expulsar os Estados Unidos de suas bases na Ásia Central. E assumiu uma atitude firme contra a ampliação da Otan para duas zonas-chave: a Ucrânia e a Geórgia. A fragmentação da União Soviética levara ao surgimento de movimentos secessionistas étnicos em muitas antigas repúblicas, incluindo a Geórgia. Quando, em 1990, a Geórgia procurou pôr fim ao status autônomo de suas zonas étnicas não-georgianas, estas imediatamente se declararam Estados independentes. Não foram reconhecidas por nenhum país, mas a Rússia garantiu sua autonomia de fato. Os fatores mais imediatos a incentivar o desencadeamento da miniguerra atual foram dois. Em fevereiro, Kosovo formalmente converteu sua autonomia de fato em independência de direito. Sua iniciativa foi apoiada e reconhecida pelos Estados Unidos e muitos países da Europa ocidental. A Rússia avisou, na época, que a lógica dessa iniciativa se aplicaria igualmente a secessões de fato ocorridas nas antigas repúblicas soviéticas. Na Geórgia, a Rússia imediatamente e pela primeira vez reconheceu a independência de direito da Ossétia do Sul, em resposta direta à de Kosovo. E, na reunião da Otan de abril deste ano, os Estados Unidos propuseram que Geórgia e Ucrânia fossem recebidas num chamado Plano de Ação para Ingresso (na Otan). A Alemanha, a França e o Reino Unido se opuseram, dizendo que isso provocaria a Rússia.
Jogada desesperada
O presidente neoliberal e fortemente pró-americano da Geórgia, Mikhail Saakashvili, se desesperou. Ele via a reafirmação da autoridade georgiana na Ossétia do Sul (e também na Abkházia) como perspectiva cada vez mais distante, de maneira permanente. Assim, escolheu um momento de desatenção da Rússia (Putin estava nas Olimpíadas, o presidente Dmitri Medvedev, de férias) para invadir a Ossétia do Sul. As insignificantes forças militares da Ossétia do Sul desabaram completamente, é claro. Saakashvili imaginava que forçaria os Estados Unidos (e também a Alemanha e a França) a sair em seu apoio. Em vez disso, houve uma reação militar russa imediata, superando o pequeno Exército georgiano de forma avassaladora. O que Saakashvili recebeu de George W. Bush foi retórica. Afinal, o que Bush podia fazer? Os Estados Unidos não são uma superpotência. Suas Forças Armadas estão inteiramente tomadas por duas guerras que estão perdendo no Oriente Médio. E, o mais importante de tudo, os Estados Unidos precisam da Rússia muito mais do que a Rússia precisa deles. O chanceler russo, Sergei Lavrov, em artigo no "Financial Times", fez questão de observar que a Rússia é "parceira do Ocidente com relação ao Oriente Médio, Irã e Coréia do Norte". Quanto à Europa ocidental, a Rússia, essencialmente, controla seu suprimento de gás. Não foi por acaso que foi o presidente Nicolas Sarkozy, da França, e não Condoleezza Rice, quem negociou a trégua entre Geórgia e Rússia. A trégua contém duas concessões essenciais da Geórgia. Esta se comprometeu a não mais recorrer à força na Ossétia do Sul. E o acordo não faz referência à integridade territorial georgiana. Assim, a Rússia emergiu muito mais forte que antes. Saakashvili apostou tudo o que tinha e agora esta geopoliticamente falido. E, como nota de rodapé irônica, a Geórgia, uma das últimas aliadas nos EUA na coalizão no Iraque, retirou seus 2.000 soldados desse país. Esses soldados vinham exercendo um papel crucial nas áreas xiitas e agora terão que ser substituídos por soldados dos EUA, que, para isso, terão que ser retirados de outras áreas. Quando se joga xadrez geopolítico, é aconselhável conhecer as regras, para não ser derrubado pela jogada do rival.
*IMMANUEL WALLERSTEIN, pesquisador sênior na Universidade Yale, é autor de "O Declínio do Poder Americano". Tradução de CLARA ALLAIN.
Então, o que me dizem?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O grande circo místico



Feito especialmente para o Ballet Teatro Guaíra de Curitiba (PR) no ano de 1983, "O grande circo místico" teve como inspiração um poema homônimo de Jorge de Lima (lançado no livro "A túnica inconsútil", 1938). Jorge de Lima pertenceu à segunda geração Modernista (vertente católica).

O grande circo místico

O médico de câmara da imperatriz Teresa - Frederico Knieps -
resolveu que seu filho também fosse médico,
mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes,
com ela se casou, fundando a dinastia de circo Knieps
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Charlote, filha de Frederico, se casou com o clown,
de que nasceram Marie e Oto.
E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora
que tinha no ventre um santo tatuado.
A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre
quis entrar para um convento,
mas Oto Frederico Knieps não atendeu,
e Margarete continuou a dinastia do circo
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Então, Margarete tatuou o corpo
sofrendo muito por amor de Deus,
pois gravou em sua pele rósea
a Via-Sacra do Senhor dos Passos.
E nenhum tigre a ofendeu jamais;
e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos,
quando ela entrava nua pela jaula adentro,
chorava como um recém-nascido.
Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a pôde amar,
pois as gravuras sagradas afastavam
a pele dela o desejo dele.
Então, o boxeur Rudolf que era ateu
e era homem fera derrubou Margarete e a violou.
Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.
Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps.
Mas o maior milagre são as suas virgindades
em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado;
são as suas levitações que a platéia pensa ser truque;
é a sua pureza em que ninguém acredita;
são as suas mágicas que os simples dizem que há o diabo;
mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos.
Marie e Helene se apresentam nuas,
dançam no arame e deslocam de tal forma os membros
que parece que os membros não são delas.
A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos.
Marie e Helene se repartem todas,
se distribuem pelos homens cínicos,
mas ninguém vê as almas que elas conservam puras.
E quando atiram os membros para a visão dos homens,
atiram a alma para a visão de Deus.
Com a verdadeira história do grande circo Knieps
muito pouco se tem ocupado a imprensa.

Voltemos agora ao disco (na época não existia CD, tá?). Com autoria de Edu Lobo e Chico Buarque, “O grande circo místico” é uma das obras mais importantes da Música Popular Brasileira.

Que tal um exercício de interpretação? Dentre tantas músicas fantásticas encontradas nessa obra, selecionei uma que tem um significado muito especial para mim. Não sei se vocês conhecem a “Ciranda da bailarina”, mas espero que gostem!

Assistam ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=xibIET_QMjQ e me digam sobre o que a música fala.

Para facilitar o trabalho coloco a seguir a letra, mas não deixem de escutá-la!

Ciranda da bailarina

Procurando bem todo mundo tem pereba,
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira, verruga, nem frieira
Nem falta de maneira ela não tem
Futucando bem, todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho,
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida, nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem
Não livra ninguém,
Todo mundo tem remela quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair,
gente, medo de vertigem quem não tem?
Confessando bem,
Todo mundo faz pecado,
logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha, bigode de groselha
Calcinha um pouco velha ela não tem
O padre também pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília, goteira na vasilha
Problema na família, quem não tem?
Procurando bem...
Todo mundo tem...
Procurando bem...

P.S.: Além de a música ser fantástica, vale a pena também conferir Chico Buarque novinho, lindo, ao lado de Edu Lobo (violão). O terceiro parece que é um apresentador italiano chamado Beppe Grillo (o vídeo foi gravado para o seu programa na TV Italiana, na década de 80).

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vanguardas européias

Turma especial, coloco a seguir algumas das mais representativas obras das vanguardas européias:

Henry Matisse, A dança, 1910. (Fauvismo)

Pablo Picasso, Les demoiselles d`Avignon, 1910. (Cubismo)

Paul Klee, Angelus Novus, 1932. (Expressionismo)
Marcel Duchamp, A fonte, 1917. (Dadaísmo)
Piet Mondrian, Composição, 1920. (Abstracionismo)
Wassily Kandinsky, Composição VIII, 1923. (Abstracionismo)

Salvador Dali, A persistência da memória, 1931. (Surrealismo)

Renè Magritte, A violação, 1948. (Surrealismo)
Então, o que me dizem?

Boas-vindas

M. C. Escher, “Drawing Hands”, 1948.
Bem-vindos, novos alunos!
Como na obra “Mãos desenhando” de Escher, espero que possamos juntos, em comunhão, aprender, dividir descobertas, enfim, desenhar/construir esse blog.
Beijos,
Luciana

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Uma verdade inconveniente


Queridos,
acho que muitos de vocês já viram o documentário Uma verdade inconveniente, não é mesmo? Bom, quem ainda não assistiu deve fazer isso logo! O tema além de ser muito atual é de extrema importância. Vejam essa foto publicada pelo Jornal O Globo em 15 de abril de 2008:
Lixo ao redor da Terra
Eis aqui uma resenha do filme que também traz uma reflexão interessante sobre a responsabilidade da mídia em relação à questão do aquecimento global. A autoria é de Nelson Hoineff, crítico de cinema do site críticos.com.br:
“Dos muitos débitos que a mídia tem com a sociedade, o maior é o da banalização da notícia. Ao banalizar a informação, a mídia rejeita sua capacidade de fazer com que cada uma das pessoas que atinge, muito especialmente as milhões de pessoas que confundem reprodução com representação do real, tornem-se agentes de transformação da sociedade. Tome-se a televisão como exemplo. O meio não permanecerá massificado por muito tempo. Mas se as incontáveis horas gastas até agora com os grotescos embustes jornalísticos e ficcionais que invadem todos os dias os lares de milhões de espectadores, se esse tempo fosse aplicado na informação de todas essas pessoas, o mundo seria diferente (e a própria televisão seria certamente mais lucrativa).
A mídia tem falhado grosseiramente, entre outras coisas, em despertar a consciência ecológica das pessoas. É uma questão supra-partidária, praticamente consensual. E no entanto a população da Terra continua dilapidando todos os dias a qualidade de vida na sua vizinhança, inviabilizando a possibilidade de vida futura no planeta. O aquecimento global é a mais recente fonte de preocupação ambiental em todo o mundo e o estarrecedor é que a consciência em torno do problema tenha se formado tão recentemente.
(...)
A desatenção da mídia à sua obrigação de informar tem colaborado para que a praia ou o igarapé que estava ao lado desapareçam como por encanto num par de anos. Pode-se visualizar a olho nu o que estamos fazendo com nosso planeta. A mesma negligência midiática permitiu que o meio-ambiente se tornasse um atraente produto de venda de políticos inescrupulosos e parasitas afins. Em época de eleições, é assustador observar a quantidade de oportunistas que se apresentam como defensores do verde, quando o único verde com que se preocupam é a nota de cem dólares.
(...)
Uma Verdade Inconveniente é a documentação da itinerância internacional de uma palestra sobre o tema, conduzida com grande habilidade por Al Gore, o democrata que por pouco não ganhou as eleições para presidente dos EUA. Ele foi derrotado por Bush num resultado que envolveu várias recontagens de votos na Florida e até hoje é cercado de dúvidas.
Gore faz essa palestra há seis anos. Levanta questões essenciais sobre a produção de combustíveis fósseis e o rápido desaparecimento de geleiras ou a ocorrência de catástrofes climáticas. A extensa pesquisa que mostra lança sobre sua platéia uma extraordinária coleção de dados sobre os perigos do aquecimento global e o que poderia ser feito para reduzir o seu impacto. (...) Uma Verdade Inconveniente faz timidamente pela sobrevivência do planeta o que a mídia poderia fazer numa escala gigantesca, de que nenhum filme é capaz. Desperta a consciência para a iminência da extinção da raça humana, que até bem recentemente os cientistas só esperavam para os próximos milhares de anos. Mostra que a qualidade de nossa vida no planeta vai piorar na semana que vem, e no próximo ano, e todos os dias. Essa não é uma invenção do protagonista – é um consenso científico. A palestra de Al Gore faz de cada um de nós um personagem de O Senhor dos Anéis. Quem conseguir se abstrair do natural voto de desconfiança que deve ser dado a qualquer político, dificilmente vai dormir sem se perguntar o que pode fazer para salvar o planeta.”
(“O atrofiar das consciências”, extraído de http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?artigo=1105)
Então, o que me dizem?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Da série datas comemorativas: 100 anos do Ford Modelo T

“O Ford Modelo T, o carro que colocou o mundo sobre rodas, está prestes a completar 100 anos. O primeiro exemplar começou a ser produzido em 27 de setembro de 1908, em Detroit, nos Estados Unidos. O sucesso foi instantâneo. De mecânica simples, fácil de dirigir e barato, era a concretização da visão de seu fabricante Henry Ford, sobre o automóvel. Para o industrial, devia ser um veículo utilitário para ser usado pelas pessoas comuns e não, como ocorria, um artigo para milionários. O Modelo T vendeu 15 milhões de unidades até sair de linha, em 1927. Chegou a representar metade da frota mundial de veículos. A outra grande contribuição de Henry Ford à industrialização de massa viria em 1913, como conseqüência do Modelo T. Ao perceberem que o vai-e-vem dos operários entre o estoque de peças e a montagem do carro tomava muito tempo, Henry Ford e seus engenheiros desenvolveram o sistema em que as peças as moviam numa linha de montagem constante. Com isso reduziram o tempo de fabricação de doze horas para 93 minutos e o preço final de 850 para 260 dólares.” (Extraído de “O carro que começou tudo”, Revista Veja, 6 de agosto de 2008, p. 102)

No filme “Tempos Modernos” de 1936, Charles Chaplin satiriza a sociedade industrial capitalista. Carlitos, agora, torna-se um operário e nos apresenta uma sociedade mecanizada, impessoal, em que a velocidade dita a produção em massa, o lucro e o comportamento dos trabalhadores. Dessa maneira, o filme traz à tona uma potente reflexão: qual o limite entre homem e máquina? Quando eles se confundem? Quando o homem passa a ser máquina?
Se vocês ainda não conhecem esse clássico do cinema, corram para alugar o vídeo e assisti-lo! Um trecho do filme: http://www.youtube.com/watch?v=8-UiCnxARJY
Para finalizar esse post, sugiro que vocês leiam na íntegra o poema “Canto ao homem do povo – Charles Chaplin”, de Carlos Drummond de Andrade. Coloco a seguir alguns trechos, mas vocês podem encontrar o poema completo aqui.
I
Era preciso que um poeta brasileiro,
não dos maiores, porém dos mais expostos à galhofa,
girando um pouco em tua atmosfera ou nela aspirando a viver
como na poética e essencial atmosfera dos sonhos lúcidos,
(...)
Para dizer-te como os brasileiros te amam
e que nisso, como em tudo mais, nossa gente se parece
com qualquer gente do mundo - inclusive os pequenos judeus
de bengalinha e chapéu-coco, sapatos compridos, olhos melancólicos,
(...)
Não é a saudação dos devotos nem dos partidários que te ofereço,
eles não existem, mas a de homens comuns, numa cidade comum,
nem faço muita questão da matéria de meu canto ora em torno de ti
como um ramo de flores absurdas mando por via postal ao inventor dos jardins.
Falam por mim os que estavam sujos de tristeza e feroz desgosto de tudo,
que entraram no cinema com a aflição de ratos fugindo da vida,
são duras horas de anestesia, ouçamos um pouco de música,
visitemos no escuro as imagens - e te descobriram e salvaram-se.
Falam por mim os abandonados da justiça, os simples de coração,
os parias, os falidos, os mutilados, os deficientes, os indecisos, os líricos,
os cismarentos,
os irresponsáveis, os pueris, os cariciosos, os loucos e os patéticos.
(...)
Uma cega te ama. Os olhos abrem-se.
Não, não te ama. Um rico, em álcool, é teu amigo e lúcido repele
tua riqueza. A confusão é nossa, que esquecemos
o que há de água, de sopro e de inocência
no fundo de cada um de nós, terrestres. Mas, ó mitos
que cultuamos, falsos: flores pardas,
anjos desleais, cofres redondos, arquejos poéticos acadêmicos; convenções
do branco, azul e roxo; maquinismos,
telegramas em série, e fábricas e fábricas
e fábricas de lâmpadas, proibições, auroras.
Ficaste apenas um operário
comandado pela voz colérica do megafone.
És parafuso, gesto, esgar.
Recolho teus pedaços: ainda vibram,
lagarto mutilado.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Final de semana

Queridos, viajo hoje e não sei se nos próximos dias terei acesso à internet :(
Volto a blogar com vocês no domingo, ok? Lanço aqui uma idéia: que tal vocês sugerirem um tema para o próximo post? Aproveitem bastante o fim de semana e LEIAM os jornais! Beijos e até domingo!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ai que sono!

Pois é queridos, China... Olimpíada 2008... Só para registrar que estou pronta para torcer pelas meninas do futebol :) VAI BRASIL!!! Bjs

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Eleições 2008

Achei bem interessante o texto da jornalista Lúcia Hipólito sobre a diminuição da participação dos jovens nas eleições. Trata-se de uma matéria bastante atual que complementa a reflexão que iniciamos com o poema “O Analfabeto político”, de Brecht.
“Durante a Constituinte, a UNE e outros movimentos estudantis lançaram a campanha “Se liga 16”, para conscientizar os jovens sobre a importância do voto e para convencer a Constituinte a diminuir a idade mínima para votar. Como resultado da campanha, a Constituição de 88 adotou o voto facultativo para jovens de 16 e 17 anos. Nas primeiras eleições, foi maciço o alistamento eleitoral dos jovens. Entretanto, desde 2004 este número vem caindo consistentemente, confirmando o enorme desencanto dos jovens com a política. Vamos aos números. Entre 2004 e 2008, o eleitorado brasileiro total cresceu 7,43%, de 121 milhões para 130,6 milhões.
(...)
Em movimento contrário, o eleitorado de 16 e 17 anos teve uma queda, entre 2004 e 2008, de 19%: caiu de 3,6 milhões para 2,9 milhões de eleitores jovens. Na cidade do Rio de Janeiro, então, a queda foi brutal: 35%, de 42,9 mil para 27,4 mil eleitores de 16 e 17 anos.
(...)
Ganhe ou não as eleições americanas, Barack Obama já tem o indiscutível mérito de ter trazido a juventude americana de volta para a política. Nos Estados Unidos, os jovens não tinham tamanha participação política há quase 40 anos. Mas no Brasil, a sucessão de escândalos impunes desde 2004 gerou na sociedade em geral, e nos jovens em particular, um tremendo desencanto com a política e os políticos. Mensalão, aloprados, sanguessugas, violação do sigilo do caseiro, cartões corporativos, dossiê contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso, Daniel Dantas, a idéia de roubalheira generalizada e impune. Tudo isto afasta o jovem da política. A sensação de impunidade, de que todos são iguais, “farinha do mesmo saco”, de que todos estão na política para “se arrumar”. A desilusão é grande. E há também, não vamos nos esquecer, uma convicção generalizada – e não apenas entre os jovens – de que a política não afeta a vida quotidiana dos brasileiros. A economia vai bem, o que é verdade. As pessoas estão comendo e comprando mais, o que também é verdade. Os empresários estão produzindo como nunca. Verdade também. Os banqueiros não conseguem parar de rir. Verdade verdadeira. Então, por que se preocupar com a política? Este é um grave equívoco. Equívoco que leva as pessoas de bem a abandonar a política nas mãos de... vocês-sabem-quem. Contra isso, estudantes estão tentando reativar o “Se liga 16”. No Estado do Rio, o TRE se associou ao projeto. Escolas podem solicitar palestras e mesmo uma eleição simulada, para incentivar a participação dos jovens. Para 2008, o slogan da campanha é “Vai ficar em cima do muro? Mude sua cidade para mudar o Brasil. Tire seu título: Se liga 16!” Sem a energia, o entusiasmo e a dedicação dos jovens, não vamos muito longe. Vamos participar, moçada.” (Trechos do post “Se liga 16”, da jornalista Lúcia Hipólito em 5 de agosto de 2008 em seu Blog “A política trocada em miúdos”, http://oglobo.globo.com/pais/noblat/luciahippolito )

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

90 anos do final da 1ª Guerra Mundial

A Aline (pré-vest) lembrou dessa data importante, então, antes de qualquer coisa, gostaria de agradecê-la pela colaboração.
Bom, para começar, gostaria que vocês lessem um texto bastante esclarecedor sobre a Primeira Guerra Mundial:
Agora, algumas observações e curiosidades:
É importante lembrar que a Primeira Guerra Mundial, a Guerra das Trincheiras, foi uma guerra de transição entre um modelo ainda carregado de elementos medievais (o uso do cavalo, por exemplo) e o modelo que viria a ser conhecido como o da guerra contemporânea (a partir da implementação de novos artigos bélicos, tais como: tanques, metralhadoras, aviões, já plenamente utilizados na Segunda Guerra Mundial).
Apesar de ter sido um dos conflitos mais cruéis de que temos registro, ela também é denominada como a Última Guerra Romântica, pois foi a última guerra onde os pactos entre as tropas inimigas eram respeitados.
Protegidos por arame farpado, os exércitos se enterravam nas trincheiras, onde a lama, o frio, os ratos e o tifo matavam tanto quanto as armas e os canhões.

Soldados nas trincheiras
Fuzil da 1ª Guerra Mundial
Achei na internet alguns depoimentos muito interessantes:
"Falta-nos praticamente tudo. Aprendi cedo a dependurar o pão num arame para o pôr fora do alcance dos ratos, a dormir com os sapatos apertados, porque tentar calçá-los depois de os tirar era uma ilusão, a dormir enrolado num capote molhado, dormir 4 horas no meio de algazarra, de gritos humanos, de cheiros pestilentos, mas a dormir." (Florent Fels, in Voilà)
"A alguns passos de nós, no fundo da trincheira, jaz um corpo. É de um oficial subalterno; está semi-enterrado; só se vê a cabeça, um ombro e um braço com a mão em gancho. Está ali desde a véspera, o braço retesou e ergueu-se, e naquela mão, naquele braço, se engancham e tropeçam todos os que vão e vêm por aquela passagem estreita. Era preciso cortar aquele braço ou afastar o corpo. Ninguém teve coragem para tal" (R.Cazals, Cl Marquié, R. Piniès, Années cruelles 1914-1918, in História da vida privada, direcção de Philippe Ariès e Georges Duby, vol.5)
Foi exatamente deste contexto que surgiram as vanguardas européias e, com elas, a revolta, a negação da razão, a descrença em relação à religião e ao Estado e a desilusão com a idéia do progresso da humanidade. Nas palavras do pintor Marx Ernest: “Dadá foi a explosão de uma reviravolta da vontade de viver e da cólera; foi o resultado da absurdidade, da sacanagem dessa guerra estúpida. Nós, os jovens, voltamos da guerra atordoados e nossa indignação precisou manifestar-se de alguma forma. Isso aconteceu naturalmente através dos ataques aos fundamentos de nossa civilização que provocou a guerra, ataques à língua, à sintaxe, à religião, à lógica, à literatura , à pintura, e assim por diante
Então, o que me dizem?

domingo, 3 de agosto de 2008

Para refletir

O ANALFABETO POLÍTICO
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, da renda de casa,
dos sapatos, dos remédios,
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e enche o peito de ar
dizendo que odeia a política.
Não sabe, o idiota,
que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht – dramaturgo e poeta alemão (1898 - 1956)
Então, o que me dizem?

sábado, 2 de agosto de 2008

Datas comemorativas de 2008

Meninos e meninas, o ano de 2008 é cheio de datas especiais, não é mesmo? Pensando no vestibular, criei uma listinha para vocês se atualizarem. Olha só que moleza!!! Basta navegar nos links que selecionei e pronto! Sou ou não sou uma professora legal?
Atenção! Posso ter esquecido de alguma data importante, então, se lembrarem de mais alguma, me digam, ok?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A música da Semana de 22

Grupo da Semana de 22

Grupo da Semana de 22 - Legenda da foto

Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo”. (Heitor Villa-Lobos)

“Convidado por Graça Aranha, Villa-Lobos aceita participar dos três espetáculos da "Semana", apresentando, dentre outras obras, as ‘Danças características africanas’. Em número de três – ‘Farrapós’, ‘Kankukus’ e ‘Kankikis’ –, foram originalmente compostas para piano solo, entre 1914 e 1915, e receberam de Villa-Lobos o subtítulo "Danças dos Índios Mestiços do Brasil". O compositor diz ter se inspirado em temas dos índios Caripunas, do Estado do Mato Grosso, cuja raça seria formada do cruzamento com negros. É a partir das "Danças" que começa a delinear-se a linguagem villa-lobiana, que viria a se consolidar nos anos 20 com suas viagens à Europa. Durante a Semana de Arte Moderna, as "Danças Características Africanas" foram apresentadas para octeto (flauta, clarinete, piano e quinteto de cordas), numa transcrição do próprio Villa-Lobos.” (texto extraído de http://www.museuvillalobos.org.br/).
Se ainda hoje “Kankikis” provoca estranhamento, imaginem quando foi apresentada em 1922! Quem está curioso para escutar o som da Semana de Arte Moderna? Versão do Quartestoscopio http://www.youtube.com/watch?v=5ol512ukvUA
Então, o que me dizem?

Trinta dicas infalíveis para escrever bem

  1. Deve-se evitar ao máx. a utiliz. de abrev. etc.
  2. É desnecessário empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.
  3. Anule aliterações altamente abusivas.
  4. Não esqueça as maiúsculas no início das frases.
  5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
  6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
  7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
  8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou?... então valeu!
  9. "Porra", palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa "merda".
  10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
  11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto em que a palavra se encontra repetida.
  12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
  13. Frases incompletas podem causar
  14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento de uma só vez, ou, por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.
  15. Seja mais ou menos específico.
  16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
  17. A voz passiva deve ser evitada.
  18. Utilize a pontuação corretamente especialmente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
  19. Quem precisa de perguntas retóricas?
  20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
  21. Exagerar é cem milhões de vezes pior que a moderação.
  22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"
  23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
  24. Não abuse das exclamações! Nunca!! O texto fica horrível!!!
  25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão das idéias nelas contidas e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o conteúdo acessível, forçam, dessa forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
  26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.
  27. Seja incisivo e coerente; ou não...
  28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo esse texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não falar dessa maneira irritante.
  29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu, bichinho?
  30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar, já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.
(Guia do Estudante 2008 - Redação, Editora Abril, p. 75)