segunda-feira, 11 de março de 2013

domingo, 10 de março de 2013

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher


Negra em pose de estúdio, Christiano Júnior, c. 1895




quarta-feira, 6 de março de 2013

Macunaíma (1928), de Mário de Andrade



Alguns tópicos sobre Macunaíma (1928), de Mário de Andrade:
Cartaz do filme de Joaquim Pedro de Andrade
  •  O tema central de Macunaíma é a linguagem, a fala impura. Macunaíma é uma rapsódia, ou seja, uma costura de várias lendas, historietas, fatos históricos. O resultado desse mosaico narrativo é a construção de uma narrativa fantástica.
  • Herói sem caráter: é uma analogia à formação da identidade brasileira que, tal como o herói (anti-herói), possui uma identidade cultural flutuante, em construção.
  • Mário de Andrade trabalha com temas da literatura oral, que são universais, emprestando “cores” locais a estes temas. Macunaíma é uma variante desta literatura, pois se mantém fiel à sua estrutura. O autor rompe completamente com a verossimilhança: o herói se desloca geograficamente (anatopismo) e temporalmente (anacronismo) rompendo as fronteiras do verossímel, pois no maravilhoso tudo é possível.
  • A lógica da narrativa é o trabalho do autor com diferentes materiais, colhidos na cultura popular e reunidos à maneira dos rapsodos (fazendo os ajustes, colagens e montagens necessários), dando forma a uma configuração híbrida.
  • A ironia e a sátira que o autor empresta ao discurso do estudante de direito (ridicularizando a gramatiquice dos puristas e a retórica bacharelesca) e ao orador de praça pública (que discursa prolixamente sobre o “dia do Cruzeiro”) são alguns exemplos desta ironia corrosiva presente na obra.
  • Linguagem de Macunaíma: através de pesquisas sobre as diferentes manifestações lingüísticas, Mário organiza um “arsenal” de temos da cultura popular, fazendo por meio da linguagem um mapeamento etnográfico do Brasil. Durante toda a narrativa encontramos diversos episódios etiológicos de e etimológicos, nos quais Mário de Andrade “brinca” com essas origens (por exemplo, a invenção do futebol, do truco, da palavra “puíto”, da expressão “vá tomar banho”, do gesto “uma banana”, dentre outros).
  • Outro ponto importante acerca da linguagem de Macunaíma é a paródia lingüística e estilística, recurso notadamente empregado em “Carta pras Incamiabas”. Neste episódio o autor colhe do linguajar quinhentista termos arcaicos que, mesclando-se com neologismos, fazem da carta (epístola, estilo de relato formal) uma grande sátira ao artificialismo da linguagem erudita cultuado pelas Academias. No plano compositivo da Carta, aproximamos o autor da influência oswaldiana (Memórias sentimentais de João Miramar). Torna-se curioso também notar que será apenas neste episódio que o autor retomará a utilização da pontuação. Além dos aspectos formais, a carta também apresenta (através da confusão de seu autor sobre o uso da língua falada “brasileira” e da língua escrita portuguesa) uma crítica ferrenha ao preconceito do plurilingüismo característico de um povo multirracial. Toda a rapsódia empregará uma linguagem oral (ortografia oralizada), coloquial e lúdica.
  • Personagens: na criação de seus personagens, o autor utiliza vários recursos, como a apresentação de sua origem (por exemplo, Macunaíma e sua de tipologia mítica); deslocamento de personagem de uma cultura para outra (por exemplo, o rei Nagô) que é um  recurso próprio da cultura oral; figuras da história do Brasil que se mesclam com os personagens ficcionais (por exemplo, Belmiro Gouveia, Bispo Sardinha); personagens míticos (presentes nas lendas indígenas e no folclore); personagens naturais (animais, vegetais e minerais) e ainda, personagens contemporâneos, podendo estes ser: ilustres (Rui Barbosa), de seu círculo de amizades (Blaise Cendrars, Raul Bopp) ou familiares (Ana Francisca de Almeida Leite Morais).






Um achado imperdível na web é versão cinematográfica de Macunaíma. O filme de 1969, baseado na obra homônima de Mário de Andrade, foi escrito e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade.





domingo, 3 de março de 2013

Voltamos!

Queridos,

demorei um pouco mais do que o previsto, mas estou de volta!

Mãe de primeira viagem, não sabia que precisaria de férias das férias da Ana Luiza...

Esse mês darei início ao doutorado em Literatura Comparada na UERJ e, em breve, espero dividir com vocês um pouco da nova experiência.

Além disso, estou com muitas ideias para novos posts.

Aguardem!

P.S.: Não posso deixar passar em branco o fato de que hoje o maior ídolo do Flamengo completa 60 anos: Parabéns, Zico!!! Saudações rubro-negras!!!