sexta-feira, 30 de março de 2012

Ana Luiza

Queridos,
o tempo voa mesmo!
Tirei essa foto com quase nove meses de gravidez!
Hoje minha bebê já está com nove meses e meio! Linda e saudável, graças a Deus!
Ser mãe = muitas mudanças, muitos desafios e muitas, muitas alegrias!
Beijos,
Lu

P. S.: A foto do barrigão foi feita pela querida Vanina Zini, excelente fotógrafa!

quarta-feira, 28 de março de 2012

"Minhas Peles", Darcy Ribeiro


“Quem sou eu?" Às vezes me comparo com as cobras, não por serpentário ou venenoso, mas tão-só porque eu e elas mudamos de pele de vez em quando. Usei muitas peles nessa minha vida já longa, e é delas que vou falar.
A primeira de minhas peles que vale a pena ser recordada é a do filho da professora primária, Mestra Fininha, de uma cidadezinha do centro do Brasil.
Outra saudosa pele minha foi a de etnólogo indigenista. Vestido nela, vivi dez anos nas aldeias indígenas do Pantanal e da Amazônia.
Não os salvei e esta é a dor que mais me dói. Apenas consolam algumas poucas conquistas, como a criação do Parque Indígena do Xingu e do Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
Pele que encarnei e encarno ainda, com orgulho, é a de educador, função que exerço há quatro décadas. Essa, de fato, foi minha ocupação principal desde que deixei etnologia de campo.
Eu investia contra o analfabetismo ou pela reforma da universidade com mais ímpeto de paixão que sabedoria pedagógica. Não me dei mal. Acabei ministro de educação de meu país e fundador e primeiro reitor da Universidade de Brasília.
Outra pele que ostentei e ostento ainda é a de político. Sempre fui, em toda a minha vida adulta, um cidadão ciente de mim mesmo como um ser dotado de direitos e investido de deveres. Sobretudo o dever de intervir nesse mundo para melhorá-lo.
Com a pele de político militante fui duas vezes ministro de Estado, mas me ocupei fundamentalmente foi na luta por reformas sociais, que ampliassem as bases da sociedade e da economia, a fim de criar uma prosperidade generalizável a toda a população.
Fracassando nessa luta pelas reformas, me vi exilado por muitos anos e vivi em diversos países. Minha pele de proscrito foi mais leve do que poderia supor.
Meu ofício naqueles anos foi de professor de antropologia e, principalmente, reformador de universidades. Disto vivi.
No exílio, devolvido a mim, me fiz romancista, cumprindo uma vocação precoce que me vem da juventude.
Só no meu exílio, nos seus longos vagares, tive ocasião e desejo de novamente romancear.
De volta do exílio, retomei minhas peles todas. Hoje estou no Brasil lutando pelas minhas velhas causas: salvação dos índios, educação popular, a universidade necessária, o desenvolvimento nacional, a democracia, a liberdade. No plano político, fui eleito vice-governador do Rio de Janeiro e depois senador da República.
Essas são as peles que tenho para exibir. Em todas e em cada uma delas me exerci sempre igual a mim, mas também variando sempre.

Texto de Darcy Ribeiro publicado em 1995 no livro de sua autoria O Brasil como Problema.


Então, o que me dizem?

terça-feira, 27 de março de 2012

A coragem de Eva Sandler


"Meu coração está quebrado, não tenho nem como falar. Não tenho nem como expressar o tamanho do meu sofrimento pela perda do meu querido marido, Yonathan, e meus filhos Arieh e Gabriel, assassinados junto com a menina Myriam, filha do rabino Yaakov, diretor tão dedicado da escola Otzar Hatorá. Espero que nenhuma pessoa tenha que passar pelo que eu estou passando, nunca em suas vidas, essa dor tremenda. Muitas pessoas na França e no mundo inteiro estão me perguntando o que podem fazer por mim e pela minha filha Liora, e pelas almas de meu marido e de nossos filhos, e sinto que sou obrigada a responder às perguntas de vocês, em algumas palavras. A vida do meu marido era dedicada ao ensino da Torá. Nós havíamos mudado de volta à França, vivendo onde meu marido nasceu, para ajudar a ensinar a beleza do judaísmo. Ele era realmente uma pessoa muito boa, amada por todos e toda sua vida era dedicada a doar de si mesmo ao próximo, sempre procurando novas maneiras de enxergar o lado bom de cada um. Ele e eu educamos nossos filhos Arieh e Gabriel para viver nos caminhos da Torá. Como poderia saber quão curto seria o tempo deles neste mundo e o curto tempo que teria como mãe destas doces crianças?
Ainda não sei como eu, meus sogros e meus cunhados vamos encontrar consolo e força para continuar, mas sabemos que os caminhos de Deus são bons, e Ele vai nos revelar o caminho que devemos seguir e nos dar a força para continuar. Sei que suas almas vão continuar conosco para sempre, e também sei que vai chegar o momento em breve que estaremos todos juntos com a chegada do Mashiach. De todo coração, acredito no verso da Torá: “Deus dá, e Deus tira, e elevado é o nome de Deus". Agradeço a Deus pelo privilégio, mesmo que por um período pequeno de tempo, de ter criado meus filhos juntos com meu marido. Agora, Deus os quis trazer para perto Dele. Para todos que gostariam de consolar minha família e alegrar as almas daqueles que partiram, digo: vamos dar continuidade à vida deles neste mundo. Pais: Por favor, beijem seus filhos. Falem para eles quanto vocês os amam, e quanto será importante que eles sejam exemplos vivos da Torá, imbuídos de respeito e reverência a Deus, e de amor ao próximo. Por favor, aumentem o tempo de dedicação ao estudo de Torá, mesmo que sozinhos, ou também junto aos amigos, e com a família. Ajude àqueles que têm dificuldade nesta área.
Tragam mais luz espiritual para este mundo acendendo velas de Shabat todas as sextas-feiras. A festividade de Pessach está chegando. Convide alguém para passar em sua casa, para que todos possam ter a oportunidade de fazer um Seder de Pessach e celebrar a festa da nossa liberdade. Unindo nossas lágrimas às lágrimas derramadas pelo nosso povo no Egito há tantos anos atrás, nós podemos de fato dizer "em cada geração eles se levantam para nos destruir". Todos nós, juntos, anunciaremos em uníssono: "Deus nos salvou das mãos dos inimigos". A chama do nosso povo jamais poderá ser apagada, já que nossa essência está conectada com nossa Torá, e consta de seus ensinamentos que nosso povo jamais poderá ser destruído. Espero que seja a vontade de Deus que, de hoje em diante, tenhamos apenas momentos felizes. Obrigada por toda ajuda concedida e todo apoio dado neste momento.”

Eva Sandler, esposa do rabino Jonathan Sandler, de 30 anos,  
e mãe de Arieh, de 5 anos, e de Gabriel, de 3 anos, judeus 
assassinados em Toulouse, durante o enterro em Jerusalém.
Fonte: ALEF News / Edição 1.636 / Dia 26/03/2012

domingo, 25 de março de 2012

Jornal de domingo


Taxa de presos no Brasil quase triplica em 16 anos


Um em cada 262 adultos está na cadeia; São Paulo tem um terço dos detentos
Especialistas veem número desproporcional de prisões por droga e furto; custo e eficácia do sistema são questionados
CLAUDIA ANTUNES
DO RIO


Uma pessoa em cada grupo de 262 adultos está presa no Brasil. Em 1995, essa proporção era de 1 para 627. Em São Paulo, com um quinto da população brasileira e um terço dos presos, um em 171 está na cadeia.
Entre 1995 e junho de 2011, a taxa de encarceramento (número de presos para cada cem mil habitantes) brasileira quase triplicou. É a terceira maior entre os dez países mais populosos e põe em questão custos e benefícios de ter tantos presidiários.
A polêmica é semelhante à travada nos EUA, recordista em presos e onde a tese dominante de que só a prisão de todos os infratores habituais leva à redução de crimes é cada vez mais questionada.
O início da onda de encarceramento no Brasil foi uma reação ao aumento da violência urbana. A taxa de homicídios passou de menos de 15 por 100 mil pessoas em 1980 para quase 25 em 1990, chegando a 30 em 2003.
Hoje, estudiosos como Julita Lemgruber, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, e Pedro Abramovay, da FGV-RJ, apontam a contribuição desproporcional de acusados de tráfico para o crescimento da população carcerária. Segundo eles, é uma consequência da aplicação equivocada da Lei de Drogas de 2006. A lei livrou usuários de prisão e estabeleceu pena mínima de cinco anos para traficantes, sem direito à liberdade provisória.
O resultado foi oposto ao esperado, e "uma massa que fica na fronteira entre o tráfico e o uso" lota as cadeias, diz Abramovay. Os presos por tráfico quadruplicaram em seis anos, para 117 mil, 40% deles em São Paulo.
"A polícia tem recursos finitos, e os usa para prender pessoas não violentas que serão violentas quando saírem da prisão", afirma ele.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp, presidente da comissão de reforma do Código Penal do Senado, diz que há uma combinação de "cultura da prisão" com deficiência das defensorias públicas estaduais.
Com um presidiário típico jovem e pobre, isso resulta em muitos detentos sem julgamento (cerca de 40%, contra 21% nos EUA) e acusados de furto, estes em número maior do que os que respondem por assassinato.
Em mutirão recém-realizado pelo Conselho Nacional de Justiça em 25 Estados, só a revisão administrativa de processos, sem mudar sentenças, beneficiou 72,6 mil presos -36,8 mil libertados. "Furto não é caso de prisão", diz Dipp, para quem só crimes "gravíssimos" ou violentos merecem cadeia.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 25 de março de 2012.

Então, o que me dizem?

sábado, 24 de março de 2012

Algumas Palavras e Lei de Reforma do Congresso (PEC de Iniciativa Popular)


Queridos,
gostaria de dividir com vocês a surpresa de saber que nesta semana o blog contabilizou a marca de 30.000 visualizações! 
Obrigada pelas visitas!


***

A vinda de Ana Luiza me tornou uma pessoa ainda mais engajada em causas sociais, por isso, aproveito esse espaço para divulgar um e-mail que recebi agora de manhã: 


PROJETO DE EMENDA CONSTITUCIONAL DE INICIATIVA POPULAR


Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal)

 “1. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá  ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato  exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil.

2. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Todo a  contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores Congressistas participarão dos benefícios dentro do regime do INSS  exatamente como todos outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.

3. Os senhores congressistas e assessores devem pagar seu s planos de  aposentadoria, assim como todos os brasileiros.

4. Aos Congressistas fica vedado aumentar seus próprios salários e gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.

5. O Congresso e seus agregados perdem seus atuais seguros de saúde pagos pelos contribuintes e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.

6. O Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo  brasileiro, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna do Congresso.

7. Exercer um mandato no Congresso é uma honra e uma responsabilidade, não uma carreira. Parlamentares não devem servir em mais de duas legislaturas consecutivas.

8. É vedada a atividade de lobista ou de ‘consultor’ quando o objeto tiver qualquer laço com a causa pública. “


 A hora desta PEC é AGORA!

É ASSIM QUE  NÓS PODEMOS MUDAR O CONGRESSO!


P.S.: Se cada pessoa repassar esta mensagem para um mínimo de vinte pessoas, em  três dias a maioria das pessoas no Brasil receberá esta mensagem. Então, o que me dizem?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Queridas,
nesse dia tão especial, dedico essa música fantástica a todas vocês.


"Eu apenas queria que você soubesse"


Eu apenas queria
que você soubesse
Que aquela alegria
ainda está comigo
E que a minha ternura
não ficou na estrada
não ficou no tempo
presa na poeira

Eu apenas queria
que você soubesse
Que esta menina
hoje é uma mulher
E que esta mulher
é uma menina
que colheu seu fruto
flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer
a todo mundo que me gosta
que hoje eu me gosto muito mais
porque me entendo
muito mais também
E que a atitude
de recomeçar
É todo dia, toda hora
É se respeitar
na sua força e fé
Se olhar bem fundo
até o dedão do pé

Eu apenas queria
que você soubesse
Que essa criança
brinca nessa roda
E não teme os cortes
das novas feridas
pois tem a saúde
que aprendeu com a vida