terça-feira, 30 de setembro de 2008

Acordo Ortográfico

Queridos, duas notícias "quentinhas" para vocês:

I) Lula sanciona o novo acordo ortográfico


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, na ABL (Academia Brasileira de Letras), no Rio, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que mudará a grafia de cerca de 0,5% das nossas palavras. O fim do trema, do acento agudo em ditongos abertos ("idéia" será "ideia") e do acento circunflexo com duplos "e" e "o" ("vôo" será "voo"), entre outras mudanças, ocorrerá gradativamente de 1º de janeiro do próximo ano até 2012. Previsto desde 1990, mas não-ratificado pelos Congressos de todos os países, o acordo ganhou um protocolo modificativo nessa década. Ele foi aprovado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e, em 2002, pelo Brasil. Em maio de 2008, Portugal concordou com as bases do acordo. Lula classificou o acordo como um "reencontro do Brasil consigo mesmo" e disse que a importância da medida "é maior do que pode parecer à primeira vista", pois tem "pertinência e, sobretudo, significado estratégico no que diz respeito à cooperação entre os países lusófonos". Para o presidente, o acordo propicia "um novo impulso" ao "intercâmbio Brasil-Portugal" e "o imprescindível resgate" dos "laços substantivos com a África, em particular a África de língua portuguesa". "Para nós, representa mais, muito mais que uma prioridade geopolítica. Diz respeito à nossa alma, diz respeito à nossa identidade como nação multi-étnica e multicultural, ao próprio destino da civilização brasileira", discursou Lula, sem dar espaço aos improvisos que costumam caracterizar seus pronunciamentos públicos. Colunista da Folha e escritor, o acadêmico Carlos Heitor Cony, presente à solenidade, é um dos poucos integrantes da Academia a discordar de Lula quanto à importância do novo acordo. "Para mim, realmente, acho absolutamente inútil e improdutivo. (...) Portugal jamais vai se submeter, a Portugal metrópole, a certas coisas."

II) Adoção total da regra terá 4 anos de transição

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1º de janeiro, mas não de forma obrigatória, ao menos nos primeiros quatro anos.De acordo com o decreto assinado pelo presidente Lula, até 31 de dezembro de 2012 o modo com que se escreve hoje será considerado correto e admitido em vestibulares, concursos públicos, provas escolares, livros e órgãos de imprensa, por exemplo.Há, porém, uma exceção. Para as editoras de livros usados em escolas públicas, o prazo será menor. Em 2010, todos os livros adquiridos pelo governo terão de ser escritos com a nova grafia. As novas regras -que foram firmadas em 1990- serão aceitas em todos os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.O Brasil será o primeiro a implementá-las oficialmente. Com o acordo, o alfabeto passa a ter 26 letras, com a inclusão de "k", "y" e "w", cujo uso fica restrito a palavras de origem estrangeira e seus derivados, como "kafkiano".

Fonte: caderno “Cotidiano”, Folha de São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008.

Então, o que me dizem?

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