Estatísticas costumam ser chatas, mas ajudam a entender melhor a realidade das ruas e o país em que vivemos. Falo da população de 15 a 29 anos, faixa etária que concentra 50 milhões de brasileiros. Quase um terço deles é pobre. São 14 milhões vivendo em lares com renda por pessoa inferior à metade do salário mínimo. Para ficar mais claro: numa casa com cinco pessoas, a renda máxima seria de R$ 1.037,50 por mês. Para cinco pessoas.
Voltando ao desemprego: 4,6 milhões desses jovens são desempregados. Há um dado que considero mais impressionante: a quantidade de gente que não estuda nem trabalha. Na faixa dos 15 aos 17 anos, essa é a situação de 7,4% dos garotos e de 12% das garotas. O mesmo ocorre com 13,9% dos homens de 18 a 24 anos. Entre as mulheres, são 32,1%. Isso mesmo: 32,1%! O que fazem eles?
Se é verdade que a economia cresce e mais empregos aparecem, cabe a pergunta: o que a escola oferece a essa juventude? Nunca é demais lembrar que, por mais que o país tenha universalizado o ensino dos 7 aos 14 anos, quase um quinto dos jovens de 15 a 17 continua sem estudar. São 82,1% na escola e 17,9% fora. Nessa idade, deveriam cursar o ensino médio. Mas só 48% chegam lá.
É verdade que já foi pior: em 2002, eram 40,7%; em 1992, só 18,2%. A melhora é lenta. E não combina com o blá-blá-blá da propaganda oficial. Os dados são do ano passado. Foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. Ah, houve um avanço: em 2006, os jovens representavam 63,8% dos desempregados...
Fonte: Blog Educação à brasileira de Demétrio Weber
Então, o que me dizem?
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