domingo, 24 de agosto de 2008

Anos dourados

Queridos, o ano de 1958 dá muito pano para manga, por isso fiquem atentos! Quando falamos de 58 pensamos logo no futebol, não é meninos? A primeira Copa do Mundo vencida pela Seleção Brasileira foi um grande feito, inesquecível para os apreciadores (como eu, rs) dessa verdadeira arte... Acontece que não podemos nos esquecer dos anos cinqüenta (os “anos dourados”) como um todo. Gente, essa é a década da construção de Brasília, da arquitetura moderna, da poesia concreta, da renovação do teatro brasileiro, do surgimento da Bossa Nova e do Cinema Novo!!!

JK, o Presidente Bossa Nova
Em 1956, Juscelino Kubitschek tomou posse na Presidência da República com o slogan desenvolvimentista “50 anos em 5″ e o Brasil viveu um período de crescimento econômico que acabou se refletindo em todas as áreas. Recomendo o site da Fundação Getúlio Vargas, bastante completo, que oferece um panorama político, artístico e cultural dos anos 50.


Música
Em 1958, dois discos, marcos iniciais da Bossa nova, são lançados: “Canção do Amor Demais”, com Elizeth Cardoso interpretando composições de Tom e Vinicius, e “Chega de Saudade” (com o clássico homônimo de Tom e Vinicius de um lado e “Bim-bom”, de João Gilberto, do outro). O clima era de festa, de praia, de encontros de amigos, de tranqüilidade...
João Gilberto e Tom Jobim
Tom Jobim entre Sérgio Ricardo, Normando Santos, Ronaldo Bôscoli e Nara Leão

Sobre isso, achei um depoimento que mostra como a “batida diferente” revolucionou (temática e musicalmente) a MPB:

Nós éramos um grupo de jovens que procurava uma identidade musical, pois o que se tocava no Brasil no final dos anos 60, apesar de ser uma música bonita, bem feita, não era em absoluto uma realidade de uma geração mais solta, mais alegre, mais ligada à natureza do que a geração anterior que curtia a noite, as boates, os amores sofridos e cuja música refletia essas situações de seu dia-a-dia. Ouvíamos e tocávamos sambas-canções que diziam: ‘Sei que falam de mim, sei que zombam de mim, ó Deus, como sou infeliz’, ou ‘Se eu morresse amanhã de manhã, não faria falta a ninguém’, ou ‘Garçom apague essa luz que eu quero ficar sozinho, garçom me deixe comigo que a mágoa que eu tenho é só minha’. Imaginem nós, com 20 anos de idade, cantando todo esse sofrimento! Passamos então a criar um outro universo mais leve e mais otimista na maioria das vezes, como: ‘Era uma vez um lobo mau que resolveu jantar alguém’, ou ‘Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver’, ou ‘Dia de luz, festa de sol, e um barquinho a deslizar no macio azul do mar’. Todas essas mensagens vinham acompanhadas de uma música que era uma fusão de tudo que ouvíamos, como samba-canção, samba, bolero, jazz e muito musical norte-americano que passava sempre nos cinemas Metro. Essa fusão de melodias e harmonias veio embalada por uma batida que ficou famosa como ‘a batida da Bossa Nova’ que todo mundo queria aprender, aliás, todo ‘O Mundo’". (Roberto Menescal, extraído de Livro-agenda 2008 – 50 anos de Bossa Nova)

Teatro

Gianfrancesco Guarnieri estreava no Teatro de Arena de São Paulo Eles não usam Black- tie, um marco na linguagem do teatro brasileiro. Saiba mais acessando o verbete da Enciclopédia Itaú Cultural:


Montagem de 1958: Eugênio Kusnet, Lélia Abramo, Chico de Assis, Riva Nimitz (em pé). Flávio Migliaccio, Celeste Lima, Miriam Mehler, Gianfrancesco Guarnieri e Milton Gonçalves (sentados).
Arquitetura Moderna

Ministério da Educação e Saúde Pública (RJ), 1950.

Palácio da Alvorada (DF), 1960.

Quer saber mais sobre Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, os grandes representantes da arquitetura moderna brasileira? Então confira o site:

Cinema Novo

“A renovação estética no cinema da década de 1950, da mesma forma que no teatro, veio acompanhada por questões de ordem política: tratava-se fazer um cinema com nova linguagem e temática popular. A absorção de aspectos da cultura popular era um movimento geral que abrangia todo o cinema da época, desde aquele produzido pela Vera Cruz, passando pelas chanchadas, até os filmes feitos por jovens que iriam promover uma verdadeira revolução estética no cinema brasileiro.” (CPDOC-FGV)
Ficaram curiosos? Então continuem a leitura da matéria em:

Ufa! Quem chegou até aqui deve estar se perguntando: “E a poesia concreta? Cadê?! Cadê?!” Calma, queridos, não se desesperem! A “cerejinha” do bolo vai ficar para o próximo post, hehehe! Até lá!
Beijos

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